quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Marina, o açaí e Jô Soares

Muito boa, realmente, a entrevista de Marina Silva (na foto) ao Programa do Jô, na última segunda.
Contou muitas histórias de sua vida.
Algumas, bem conhecidas.
Outras, nem tanto.
Revelou, por exemplo, que é fissurada num picolé de açaí.
E elogiou o sabor incomparável do açaí do Pará.
Contou ainda que, por ser alérgica a cosméticos, não usa batom.
Mas passa nos lábios tintura de beterrada, graças a uma sugestão que aceitou depois de uma conversa com o cineasta Fernando Meireles.
O grande mérito de Mariana é que ela transmite uma sinceridade impressionante quando fala.
As histórias que ela conta revelam uma infância sofrida, de luta, de pobreza, mas de extrema dignidade.
Marina, todavia, relata essas coisas com naturalidade, ainda que possamos avaliar a emoção que sente ao falar de sua vida.
A entrevista só foi não foi melhor por causa do apresentador.
Jô Soares, sem dúvida de uma inteligência brilhante, privilegiada, às vezes se torna chato, inconveniente, quando fala demais ou quanto tenta travar com o entrevistado uma intimidade que não fica bem numa entrevista, mesmo essas que são vistas em talk shows.
Foi o que aconteceu.
Jô revelou um derretimento tão excessivo pela candidata que enjoou.
Fora de brincadeira, ficou enjoativo.
Era “minha linda” pra cá, “minha queridíssima” pra lá, “minha simpaticíssma” pracolá...
Putz!
Precisa isso?
Quem quer saber, dentre os telespectadores, se o apresentador acha este ou aquele entrevistado “lindo”, “queridíssimo” ou “simpaticíssimo”?
Nesses casos, o entrevistador que faça as suas perguntas e o entrevistado que as responda.
Mas é assim.
Relevados detalhes como esse, Marina deu uma boa entrevista.E revelou por que obteve nas urnas, em 3 de outubro passado, surpreendentes 19,6 milhões de votos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Poisé, vi o Jô criticando o desmatamento, defendendo o desmatamento zero, mas será que ele sabe se cada bife suculento ou churrasco que come tem origem em gado que pastou em área desmatada? É igual a quem é contra Belo Monte, mas não economiza um pingo de energia em casa