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Os candidatos que obtiveram votação expressiva, mesmo estando com as candidaturas sub judice, foram Jader Barbalho, que concorria ao Senado pelo PMDB, Bernadete Ten Caten, candidata à Assembléia Legislativa pelo PT e Luiz Furtado Rebelo, do PP, também candidato ao parlamento estadual. “A mensagem das urnas foi clara em todo o país.
A votação dos candidatos enquadrados pela Justiça Eleitoral nas regras da ficha limpa não foi expressiva, justamente porque o eleitor considera necessária a ficha limpa”, analisa o procurador Daniel Avelino. Nos casos de Jader Barbalho e Bernadete Ten Caten, os registros não foram cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral, mas o MP recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral. Ten Caten ainda não foi julgada, mas a corte deve indeferir o registro, de acordo com todas as decisões proferidas até agora.
No caso de Rebelo, o registro foi indeferido pelo TRE, mas o candidato recorreu ao TSE e ainda aguarda julgamento. O caso de Barbalho, que teve a segunda maior votação entre os candidatos ao Senado no Pará, foi julgado, com indeferimento do registro pelo TSE. Mas ainda se aguarda a palavra final do Supremo Tribunal Federal, que vai definir se a lei da Ficha Limpa é aplicável no pleito de 2010.
Eleições válidas
O procurador eleitoral não acredita em realização de novas eleições para o Senado, caso o entendimento do STF confirme a aplicação da lei, como tem se especulado. Para o Ministério Público Federal no Pará, mesmo com a exclusão das candidaturas impugnadas, a votação para o Senado terá sido válida.
Os procuradores da República que atuam no estado analisaram a legislação vigente e concluíram que a realização de novas eleições por causa da anulação de mais do que 50% dos votos só se aplica à disputa em que a eleição se dá por maioria absoluta. É o caso dos cargos de governador e presidente para os quais só será eleito o candidato com mais de 50% dos votos válidos.
Daí a exigência de um segundo turno de votação, quando esse percentual não é atingido por nenhum político. No caso do Senado, a eleição se dá por maioria simples: basta obter o maior número de votos, independente do percentual que se alcance, para o candidato se eleger. Um bom exemplo dessa lógica foi a eleição para o Senado em 2002 no Pará. Ana Júlia Carepa e Duciomar Costa, vencedores, receberam 23,17% e 21,99%, respectivamente. Ou seja, juntos tiveram menos de 50% dos votos e mesmo assim se elegeram.
“Está claro, no nosso entendimento, que o resultado definitivo para o Senado independe de maioria absoluta. Por isso, se o Supremo considerar válida a ficha limpa para essas eleições, os candidatos vencedores no Pará serão Flexa Ribeiro, do PSDB, e Marinor Brito, do PSOL”, explica o procurador-chefe do MPF, Ubiratan Cazetta.
Fonte: Assessoria de Imprensa do MPF
3 comentários:
O preclaro procurador, com suas declarações, contraria o que diz a Lei quanto à anulação do pleito quando há maioria de votos nulos.
Será que ele disse isso mesmo? Presume-se que como procurador eleitoral, o dr. Daniel Cesar deveria bem interpretar a legislação, por isso, tenho minhas dúvidas, caro jornalista.
Gostaria de saber aonde e em que instância o senador eleito Jader Barbalho foi condenado.
O Procurador cita as votações de Ana Júlia e Duciomar para o Senado, com a soma dos dois produzindo 46 por cento. O que a Lei prevê é nova eleição com mais de 50% dos votos nulos, o que não ocorreu no caso. Parece que o Procurador tem lado e o defende de todas as maneiras.
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