A lei eleitoral é hipócrita, não é não?
Claro que é.
Aliás, não se sabe bem o que é hipócrita: se a lei eleitoral (a letra da lei, como se diz) ou se o seu sentido (o espírito da lei, como também se diz).
Quem sabe, as duas coisas não serão hipócritas.
Vejam agora.
O Tribunal Superior Eleitoral, duas ou três vezes, já indeferiu representações propostas pela oposição contra a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), acusando-a de fazer campanha antecipada.
O entendimento do Tribunal é o seguinte: não pode haver campanha – nem antecipada, nem atrasada – se nem candidata ela é.
Ou então considera que os discursos não têm conteúdo eleitoral.
Hehehe.
Parece brincadeira.
Então, se é mesmo assim, por que esse pudor todo em pedir votos?
Então, se é assim a ministra pode tranquilamente armar seu palanque e dizer aos eleitores: “Votem em mim. Quando eu for candidata, votem em mim”.
Pronto.
Isso também não será campanha, porque nem candidata ela é. E os votos que pediu serão para quando a ministra vier a ser candidata oficialmente.
É mais ou menos isso.
Mas não é só Dilma que faz campanha antecipada, não.
José Serra (PSDB), governador de São Paulo e pré-candidato tucano a presidente da República, também faz.
Suas viagens pelo interior de São Paulo, por exemplo, multiplicaram-se nos últimos meses.
Aqui mesmo, nos pagos paraenses, tem gente fazendo campanha abertamente.
De vários partidos.
Mas, vocês sabem, se ainda não são candidatos, não há como puni-los.
É assim, pelo menos, que a Justiça Eleitoral entende.
Putz!
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