No AMAZÔNIA:
Uma liminar concedida ontem à tarde pela juíza Sandra Maria de Aragão Klautau, titular da 2ª Vara Cível da Capital, confirmou mais uma vez a disputa do clássico Remo x Paysandu, válido pelo Campeonato Paraense, para o próximo domingo, no Mangueirão. A liminar foi deferida em favor de um pedido feito pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), que em seus argumentos alegou que o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), ordenamento de obras que levou o Ministério Público a interditar o Mangueirão e transferir a data do Re x Pa para o dia 7 de março, não teria validade pelo fato de o órgão não ter participado das discussões que levaram à assinatura do termo pelo MP e Secretaria Executiva de Esporte e Lazer (Seel).
Com a liminar concedida, a Procuradoria Geral do Estado garantiu que, mesmo com obras de segurança atrasadas, o estádio tem condições de receber um público de 35 mil pessoas. Porém, mesmo com a atuação govenamental e com os ingressos devendo ser vendidos a partir de hoje de manhã, a situação ainda pode mudar. Não há 100% de garantia de que o Re x Pa será disputado nesse final de semana.
O motivo para que não haja uma comemoração tranqüila por parte de clubes, Federação Paraense de Futebol e o governo, é a certeza do Ministério Público de que a decisão anterior era a mais certa. Por meio de informações da assessoria de imprensa do MP, o órgão, por meio da procuradora Helena Muniz, deve tentar cassar a liminar ainda hoje. Caso tenha sucesso, o clássico será mais uma vez suspenso e, dado o tempo exíguo até domingo, dificilmente a decisão seria revertida.
O pedido de interdição do Mangueirão, feito pelo MP, aconteceu depois da constatação de que as obras sugeridas pelo TAC, datadas de 2008, não estão concluídas. Não são obras estruturais, e sim para garantir a maior segurança dos torcedores. Em entrevista coletiva concedida ontem à noite no Centro Integrado de Governo, o procurador geral do Estado, Ibraim Rocha, afirmou que a feitura do TAC não contou com a participação da PGE, o que levou o órgão a pedir e conseguir a liminar dada pela juíza Sandra Maria de Aragão Klautau, titular da 2ª Vara Cível.
'O Estado pediu a nulidade do TAC de 2008 porque não houve a participação da Procuradoria Geral do Estado. Mostramos que não havia a necessidade da interdição e a Justiça acatou nossos argumentos', disse Rocha. O TAC foi firmado entre o MP e a Seel, uma secretaria do governo. Segundo o procurador geral, a feitura do pedido de liminar teve consultas ao secretário de segurança pública, Geraldo Araújo, e o comandante geral do Corpo de Bombeiros, Coronel Paulo Gérson Novaes de Almeida.
Por mais que no discurso os representantes do governo afirmem que houve um 'excesso de zelo' por parte do MP, um esquema especial de segurança (ainda não divulgado) deve ser mobilizado para o jogo, assim como serão vendidos apenas 35 mil ingressos, 10,5 mil a menos do que a capacidade atual. 'Não estamos desconhecendo a necessidade dessas obras, mas estamos empenhados para que haja segurança não só para esse jogo como para qualquer evento no estádio', afirmou Jorge Panzera, secretário de estado de esporte e lazer, também presente à coletiva. O Mangueirão é administrado pela Seel.
O prazo para a entrega do Mangueirão é o dia 28 de fevereiro. Em caso de atraso, o estádio ficará impedido de ser usado - a menos que se use do artifício semelhante ao atual. Segundo Panzera, a Seel não trabalha com a possibilidade de atraso. Embora o discurso de quase todo o mês de janeiro era de que o Mangueirão seria entregue para o Re x Pa com as obras completas.
Perguntado quem seria o responsável por uma eventualidade num estádio em que as autoridades competentes haviam vistoriado e dado laudo afirmando que as obras de melhorias para a segurança estavam incompletas, Ibraim Rocha foi claro quanto a quem caberia responsabilidade. 'O Estado sempre é o responsável quando dá causa a uma situação como essa', disse.
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