sábado, 20 de fevereiro de 2010

Clima quente em votação

No AMAZÔNIA:

Os membros do Conselho Deliberativo do Remo deram início ontem à votação que decidirá o futuro do Baenão e, consequentemente, o do Clube do Remo. Diferente da última vez em que houve uma reunião marcada, nesta o quórum foi satisfatório e as explanações começaram no horário marcado. A votação, porém, começou com uma hora de atraso. O principal argumento dos conselheiros favoráveis à venda era o de evitar um leilão iminente do Baenão, no qual a Justiça do Trabalho venderia a praça por cerca deR$ 8 milhões, menos de 1/4 do valor oferecido pela empresa.
O presidente do clube, Amaro Klautau, o principal fomentador da transação, se disse confiante em um desfecho positivo. 'Primeiro me deixa confiante o fato de a torcida, em qualquer lugar que visito, seja em Belém ou outras cidades, se mostra favorável à venda do Baenão. Então, se a torcida já percebeu a importância disso, me leva a crer que o Condel também se coloque a ouvir o que o torcedor pede. E aos que ainda relutam a aceitar a proposta, em virtude de um saudosismo sobre o Baenão, lembramos que terça-feira temos um leilão', disse o presidente, frisando o fato de que o clube, se não quitar suas dívidas, pode perder seus patrimônios e não terá como sobreviver. 'Ou nos resolvemos pelo melhor futuro do clube ou perderemos o Baenão e ficaremos sem estádio', disse.
Porém, alguns conselheiros se mostravam receosos. Benedito Wilson Sá era um deles. O conselheiro disse que ainda não havia formado uma opinião sobre a venda e concentrou suas dúvidas sobre alguns questionamentos pertinentes. 'Primeiro preciso analisar algumas condicionantes. A primeira é quem vai e de que forma vai ser administrado esse dinheiro. O problema do Remo é gerencial, e sempre foi. Raramente o clube foi administrado de forma responsável. Essa dívida, que é o motivo pelo qual a Justiça do Trabalho quer leiloar o estádio, é o exemplo cavalar da irresponsabilidade administrativa implementada principalmente pela útlimas cinco gestões do Clube do Remo', disse Wilson Sá, responsabilizando categoricamente a administração de Raphael Levy por grande parte da dívida.
'Na administração do Raphael Levy, que foi o pior presidente do Remo, o clube foi julgado à revelia pelo STJD e pegou a maior punição dada a um clube de futebol brasileiro, recebendo como pena 3 jogos de portões fechados, o que interrompeu a ascendência que o Remo se encontrava com a Fenômeno Azul, além de R$ 50 mil de multa. Nesses três jogos o Remo de receber 1,8 milhões, cada jogo renderia R$ 600 mil para o Remo. Como se não bastasse, a dívida original com o Thiago Belém era de 1800 reais, e o rapaz implorou para ser pago. Hoje essa dívida é de R$ 1,5 milhões. Ou seja, ele acumulou uma dívida de 3,3 milhões em apenas dois pontos, fora a receita antecipada que o Remo recebia de patrocínio', disse.
Benedito Sá também fez críticas contundentes ao modo como a Justiça do Trabalho age em questões relacionadas ao Remo. 'A Justiça do Trabalho é um órgão extremamente injusto, posto que defende interesses de um reclamante mas deixa 150 funcionários do Remo sem receber seus vencimentos. O Clube do Remo pagou mais de R$ 8 milhões de dívidas trabalhistas. No entanto, o Remo vem sendo perseguido sistematicamente pela Justiça do Trabalho com leilões de praças públicas. Parece que a Justiça do Trabalho tem o interesse deliberado de acabar com o Clube do Remo', concluiu.

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