No AMAZÔNIA:
Nas primeiras horas do segundo período de defeso do caranguejo - prazo em que a captura e a comercialização do crustáceo é proibida para garantia da reprodução da espécie - era possível encontrar o produto nas feiras de Belém sem dificuldades. Graças às autorizações de estocagem concedidas pela Secretaria Municipal de Economia (Secon) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os vendedores da capital puderam furar a proibição de venda e faturar. Obtiveram permissão para comercializar o caranguejo-uçá vivo os feirantes que se adiantaram ao início do defeso e estocaram o produto. A permissão de venda do estoque vale até a terça-feira.
Ontem, fiscais da Secretaria Municipal de Economia percorreram as feiras livres de Belém para identificar pontos de venda do caranguejo não autorizados. No Ver-o-Peso não foram encontradas irregularidades. Os doze vendedores cadastrados pela Secon conseguiram a autorização para comercializar o estoque de 3 mil caranguejos vivos até terça. Ao final da manhã de ontem, mais da metade de todo o estoque já havia se esgotado. 'A proibição das vendas fez os comerciantes e os consumidores também se adiantarem nas compras', diz Luiz Carlos Silva, coordenador de Feiras Livres e Mercados da Secretaria de Economia. Luiz Carlos explica que a autorização de estocagem do caranguejo garante que os vendedores do produto não fiquem por grandes períodos sem trabalho. Na prática, a comercialização só não ocorrerá entre a próxima quarta e a sexta-feira, quando termina o segundo período de proibição para a captura do caranguejo vivo estabelecido pelo Ibama no Pará.
Na feira da avenida 25 de Setembro, um grupo de nove vendedores recebeu autorização para comercializar 4,5 mil caranguejos capturados no município de São Caetano de Odivelas, no nordeste do Estado. No sábado, enquanto os estoques ainda eram preparados, houve procura intensa. Parte do estoque que seria disponibilizado ontem, hoje e amanhã foi posto à venda ainda no sábado. Ontem, os últimos 1.500 caranguejos estavam expostos na feira.
Lourival Santos, administrador da feira da 25, afirma que o aumento da procura fez subir os preços dos habituais R$ 0,60 para R$ 0,80. 'Alguns clientes compraram grandes quantidades no sábado. Teve gente levando para casa até cem caranguejos. Como tem mais procura e pouco produto, o preço tende a ficar mais caro', diz o administrador.
As equipes da Secon percorreram 22 das 43 feiras de Belém durante o domingo, todas em que há vendedores cadastrados de caranguejo vivo. Entre elas os complexos do Guamá e Jurunas, onde foram detectados, em outros períodos de defeso, vendedores furando a proibição. Este ano, foram estabelecidos seis períodos de defeso. O atual se iniciou ontem e segue até a próxima sexta-feira, 5. Até abril serão outros quatro períodos de proibição de captura e comercialização do caranguejo-uçá, coincidentes com o período conhecido como suatá, de reprodução, em que o crustáceo sai das galerias para se reproduzir e fica mais vulnerável para a captura.
A primeira etapa de reprodução do caranguejo-uçá ocorreu de 16 a 21 de janeiro. A segunda etapa começou ontem e vai até 5 de fevereiro. As demais etapas de defeso do crustáceo vão de 15 a 20 de fevereiro, de 1 a 6 de março, de 16 a 21 de março e de 31 de março a 5 de abril.
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