quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Charles: governo não sabe "como" restaurar a aliança

O presidente do Sinditaf (dos Trabalhadores do Fisco do Estado do Pará (Sinditaf), Charles Alcântara, também ex-chefe da Casa Civil do governo Ana Júlia, mandou pra cá um comentário sobre a postagem A aliança PT-PMDB vale mesmo uma torcida? Vale?.
Leia abaixo:

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Na condição de leitor assíduo do teu blog, ao tempo em que o parabenizo pelas reflexões, peço-lhe permissão para emitir opinião a respeito de tema tão relevante e atual.
Em julho de 2008, em minha fugaz passagem pela blogosfera, escrevi um artigo, seguido de opiniões complementares, intitulado "A aliança na política e a política de alianças".
Procurava, no artigo, expor os meus pontos de vista sobre os limites, as possibilidades, o caráter e as contradições da aliança PT e PMDB no Pará.
Destaco alguns pontos, ainda atuais, na minha opinião:

"Nitidez, dignidade e coragem
"É exigível que o governo – em especial a governadora Ana Júlia – assuma, imediatamente, uma posição mais nítida e compreensível acerca da aliança com o PMDB, seja ela qual for, de modo a virar essa página.
"Se o convencimento é de que essa aliança, de fato, compromete as realizações e o caráter do governo, então que assumam com dignidade e coragem essa avaliação e desfaçam a aliança.
"Do contrário, com a mesma dignidade e coragem, que assumam a aliança - com todos os seus limites e possibilidades – e retirem esse trunfo da oposição.
"Pois, a permanecer esse estado de coisas, logo chegará à superfície a ebulição que já está em curso no fundo do caldeirão do governo, para regozijo da oposição.
"Quedar-se indeciso é que não dá!
"A indecisão, segundo uma crônica de Mário Prata, é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que devia querer outra coisa.".


Mais adiante, o artigo apresentava uma espécie de roteiro da aliança:

"Roteirizo o meu pensamento acerca da aliança:
"Emerge, da aliança celebrada no segundo turno das eleições de 2006, uma força social, integrada por lideranças e forças políticas heterogêneas e contraditórias (com um partido da chamada esquerda, como é o caso específico do PSB, dirigido por uma liderança posta em xeque, por razões éticas), mas sob a direção hegemônica do PT, tendo à frente uma liderança de massas carismática;
"A aliança não se deu em termos programáticos, mas em função de um objetivo convergente: apear do governo um adversário comum (embora este adversário assim o seja por razões diferentes) que ali se instalara há doze anos e permitir a ascensão de uma nova força política;
"Não tendo, a aliança, repercussão no programa de governo, mantém-se este fiel aos compromissos assumidos durante o primeiro turno eleitoral;
"A prerrogativa de indicação de cargos no governo, que é exercida pelo PMDB e, como de resto, aos partidos aliados, não se confunde com a prerrogativa de comandar o governo, esta privativa da governadora;
"Sendo a governadora Ana Júlia (ao lado do vice-governador) a portadora de mandato outorgado pelo povo e, portanto, responsável política pelos rumos do governo e, sendo o PT a força política hegemônica no interior do governo, aceitar a idéia de que o PMDB, ou qualquer outro aliado, dá as cartas, equivale a reconhecer-se incapaz de exercer o comando da aliança e do governo;
"Dirigir essa força social que dá sustentação ao governo equivale a definir a matriz ideológica e programática deste governo. E esta responsabilidade recai sobre a governadora e sobre o PT; Isto requer capacidade para generalizar, a um só tempo, o programa de governo apresentado à sociedade; os valores éticos e a cultura política de quem está no comando;
"Aliar-se com o PMDB não pode sinalizar qualquer condescendência com a corrupção ou relativização da ética, como tentam acusar os opositores, como se a corrupção estivesse presente somente nas hostes do PMDB; como se a corrupção não fosse uma mal que se instala em qualquer organização humana; como se não houvesse
corrupção no âmbito do PT;
"O desafio que se nos coloca não é o de nos reconhecermos puros, mas o de nos forjarmos comprometidos com a mudança. Combater a corrupção no interior de um governo democrático-popular e comprometido com a justiça social, como está no gene do governo de Ana Júlia, requer obstinação, fervor, desprendimento, franqueza e auto-vigilância;
"Não iremos a lugar algum se apenas apontamos a corrupção e as mazelas alheias sem que cuidemos de enfrentar as nossas próprias;
...".


Penso, caro PB, que o governo precisa, muito mais do que deseja ou pretende, renovar a aliança com o PMDB, por saber das dificuldades que se lhe aguardam na contenda eleitoral de 2010.
O drama do governo está em não saber "como" operar a restauração da aliança, sem que isto sinalize fraqueza ou dependência.
O governo, por um lado, emite sinais de que é mais vantajoso dar tempo ao tempo, apostando num cenário de recuperação do prestígio político perdido pela governadora Ana Júlia no exercício da governança, o que baratearia o custo da recomposição.
O PMDB, por seu turno, aposta no caminho inverso, favorecido pelo ambiente nacional e pelo fator "Dilma".
Por enquanto, o PMDB tem se conduzido com muito mais desenvoltura.
O desafio que se coloca, meu prezado, é o de as partes não errarem no tempo dessa eventual recomposição, que não é exatamente o tempo fixado pelo calendário eleitoral, mas o tempo que os gregos chamavam de Kairós (o tempo certo).
E o tempo está passando mais depressa do que julga o governo...
Saudações,

Charles Alcântara

5 comentários:

Anônimo disse...

PAULO, ESSE CHARLES NÃO PERDE UMA OPORTUNIDADE DE SE COLOCAR EM FRENTE AS LUMINÁRIAS , SEJAM AS DAS PREFEITURA OU ATÉ MESMO AS DA NET . LAMEWNTO QUE VC AINDA PERCA SEU TEMPO COM ESSE DISCURSO VAZIO E CAMALEONICO .

Anônimo disse...

que morram politicamente todos desta maldita aliança.Incluindo Charles. Dionisio,Ana Carepa,Jader...

Anônimo disse...

Anônimo das 06:11, Charles é respeitado justamente por sua postura e comentários. Se ele incomoda a alguns,com certeza são a pessoas que como você não possuem a sua capacidade de fazer comentários éticos, sérios e seguros. Em vez de criticá-lo, aprenda com ele!

Anônimo disse...

Ao anônimo 06:11, discurso vazio e camaleonico...o Charles é inteligente e isso vc precisa admitir...

Anônimo disse...

E a turma do Pity, anônimo, não perde uma pra desqualificar o Charles, só porque ele tá a anos luz desse desastre que é a atual Casa Civil.
Morram de inveja e apanhem bonitinho em 2010!