terça-feira, 11 de agosto de 2009

Quedas de ultraleves não têm relação com ventos

No AMAZÔNIA:

Em um intervalo de apenas oito dias, dois ultraleves caíram no Pará. O primeiro acidente aconteceu no dia 2 de agosto e vitimou duas pessoas, o mais recente ocorreu no último domingo e resultou na morte de um médico. Os acidentes coincidem com o período em que o Estado recebe fortes rajadas de ventos, graças à ação do fenômeno climático El Niño, o que leva à questão: teriam os ventos fortes provocado ou colaborado com os acidentes? O diretor técnico do Clube do Ultraleve do Pará, Alexey Martins, é enfático ao descartar essa possibilidade. 'Rajadas de ventos não derrubam ultraleves. Isso está fora de cogitação', afirma.
Alexey Martins garante que existem apenas dois fatores capazes de derrubar uma aeronave: manutenção e pilotagem. Os cuidados com a manutenção de um ultraleve ficam a cargo do proprietário da aeronave - que chega a custar R$ 240 mil -, porém, tanto a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Associação Brasileira de Ultraleve (Abul), responsáveis pela regulamentação da atividade, podem solicitar uma vistoria no avião.
'Os cuidados com antes da decolagem incluem a verificação das condições do motor e dos níveis de água e combustível do ultraleve. Também é preciso que o piloto esteja atento às condições de visibilidade', atesta o diretor técnico do Clube do Ultraleve do Pará. No ar, as preocupações são outras, é preciso obedecer às normas impostas pela Anac, que determina, entre outros, que o ultraleve deve voar a uma altura mínima de 500 pés, ou 166,6 metros acima do obstáculo mais alto da região. 'O piloto deve estar, no mínimo, a 500 pés de altitude de uma antena ou morro, por exemplo', diz Alexey Martins.
Ele destaca que o mais importante, porém é a habilitação do piloto. 'É preciso que o piloto esteja devidamente habilitado e habituado a voar. Pilotar um ultraleve não é como dirigir um carro. Não costumam haver segundas chances após uma falha', destaca. Apesar do tom alarmista, Alexey Martins assegura que pilotar um ultraleve não oferece mais riscos do que voar em outra aeronave. 'Voar continua sendo mais seguro que dirigir um carro. Há mais riscos de ser atropelado do que sofre um acidente aéreo', enfatiza.

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