quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Policiais dão novo prazo, mas ameaçam fazer greve

No AMAZÔNIA:

O Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do Pará (Sindpol) decidiu estender o prazo dado ao governo do Estado para que este se manifeste acerca da falta de agentes prisionais. A decisão foi tomada ontem durante uma reunião entre membros do sindicato. A nova data limite para que o governo responda às reivindicações feitas pelos policiais é a próxima segunda-feira, dia 24. No dia seguinte os servidores se reunirão em assembleia para analisar a proposta.
A mudança de data, no entanto, não alterou completamente os planos dos policiais. Eles ameaçam parar suas atividades durante 24 horas caso o governo do Estado não se manifeste ou as propostas não sejam aprovadas. A paralisação, segundo o presidente do Sindpol Raimundo Rivas, pode se transformar em uma greve.
Até agora a proposta apresentada não agradou. 'A Susipe (Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará) garantiu 300 novas vagas nos presídios, mas essa é uma solução paliativa. Porque em um mês as seccionais e delegacias já terão recebido 300 novos presos e os investigadores serão obrigados a tomar conta deles', afirma Rivas.
Os policiais civis reivindicam a contratação de novos agentes prisionais. Segundo os policiais, a falta de agentes faz com que os investigadores sejam desviados de suas funções. 'A função do investigador é investigar, cumprir mandados de prisões e conduzir os presos durante seu deslocamento. No Pará, porém, o investigador é obrigado a tomar conta do preso, levando refeições e remédios. Situações que colocam em risco a vida do investigador. Esse ano dois colegas perderam a vida por conta de desvio de função', denuncia Raimundo Rivas.
Segundo ele, o Pará possui três mil policiais civis, sendo que 70% deles acabam responsáveis pela custódia dos presos de justiça. 'Entre os policiais que atuam na capital, cerca de 1.500, 60% desenvolvem funções que cabem aos agentes prisionais. Essa situação não é novidade para o governo, mas resolvemos que não vamos mais permitir isso. Temos que resolver esse problema o mais cedo possível', dispara.
De acordo com o Sindpol, existem 467 presos em seccionais e delegacias na Grande Belém. Segundo levantamento da Corregedoria da Polícia Civil, a pedido do Sindpol, de 2007 até agora foram abertos 312 procedimentos administrativos por fuga de presos. Desse total, 166 policiais foram indiciados. Essa quantidade de procedimentos administrativos equivale a abertura de 11 ao mês, ou seja, um procedimento a cada três dias.

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