No AMAZÔNIA:
Se o Governo do Estado não contratar agentes prisionais para custodiar presos de justiça nas seccionais e delegacias na Região Metropolitana de Belém, os policiais civis podem paralisar suas atividades nessas unidades já nos próximos dias. A decisão sairá a partir da reunião geral agendada para as 10 horas de hoje, na Seccional Urbana da Marambaia, mediante convocação do Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do Pará (Sindpol). A informação foi dada ontem pelo presidente da entidade sindical, Raimundo Rivas, destacando que a mobilização dos servidores se dá pelo fato de policiais civis estarem sendo desviados de sua função para tomar conta de presos de justiça nas unidades seccionais, as quais se encontram com o problema da superlotação de detentos.
São 3 mil policiais civis no Estado, dos quais 60% são submetidos a esse desvio de função e, na Grande Belém, dos cerca de 700 policiais 80% estão tomando conta de presos, função essa que cabe a agentes prisionais, como destacou Rivas. Na interpretação do dirigente do Sindpol, falta o Governo do Estado dar uma resposta convincente aos policiais sobre a possibilidade de contratação de agentes prisionais para atuar em seccionais e delegacias. A reportagem tentou, mas não conseguiu falar, ontem, com os dirigentes e assessores da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup).
Entre os argumentos apresentados pelo Sindpol para a mobilização dos policiais visando a paralisação da categoria está o de que, a cada fuga de presos em seccionais e delegacias, os policiais de plantão respondem a procedimentos administrativos, o que inviabiliza, inclusive, promoções. Há cerca de dois anos, como relatou Raimundo Rivas, o preso 'Bozó' conseguiu fugir da Delegacia da Terra Firme, foi recapturado e, depois, fugiu da Seccional Urbana do Guamá, e, após ser novamente capturado, fugiu da Seccional Urbana de Icoaraci. Resultado: três equipes de policiais de plantão foram penalizadas com o fato, ainda que a atribuição da custódia de presos seja do Sistema Penal.
Procedimentos - Rivas relatou que quatro policiais foram mortos e uma foi baleada em situações relacionadas a presos em unidades policiais. De acordo com o Sindpol, são 467 presos em seccionais e delegacias na Grande Belém. Segundo levantamento da Corregedoria da Polícia Civil, a pedido do Sindpol, de 2007 até agora foram abertos 312 procedimentos administrativos por fuga de presos. Desse total, 166 policiais indiciados. Essa quantidade de procedimentos administrativos equivale a abertura de 11 ao mês, ou seja, um procedimento a cada três dias.
IML - Servidores do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, que anteontem paralisaram suas atividades reivindicando a implantação de um plano de carreira, cargos e salários, retomaram ontem suas atividades na sede da rodovia Transmangueirão, mas em ritmo lento. Os funcionários atuaram no atendimento ao público, e internamente. Não houve piquetes, nem concentração de servidores, mas os funcionários realizaram uma espécie de 'operação tartaruga', para demonstrar a insatisfação da categoria.
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