quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Perguntas ainda não respondidas

Da jornalista Ana Prado, sobre a perda de sua irmã, a técnica em enfermagem Sandra Helena Prado Reis, de 42 anos, a primeira vítima fatal da gripe suína no Pará:

Não quero atacar ninguém. Só quero esclarecimentos. Esclarecimentos que preciso dar aos meus sobrinhos, filhos da minha irmã. Como a mãe deles morreu sem ter, ao menos, atendimento digno e correto? Por que ela não foi medicada com o Tamiflu? E muito pior do que isso. Por que o protocolo do Ministério da Saúde não foi seguido durante as duas vezes que ela procurou atendimento na Unimed? Quero saber se a Sespa vai investigar a morte da minha irmã. Ninguém de lá (da Sespa) nunca me procurou para explicar absolutamente nada. Soube pelos jornais que o senhor Amiraldo Pinheiro, da Vigilância Epidemiológica, disse que não iria entrar em polêmica sobre esse primeiro óbito por gripe suína e que tudo ia continuar como estava sendo feito pelo Estado. Ele está enganado. É preciso investigar esse e outros casos que venham a ocorrer.

Leia a íntegra da entrevista de Ana no Blog da Yáskara.

Um comentário:

Anônimo disse...

Prezado PB,

Recomendo a Ana Prado que solicite a abertura de uma sindicância junto à SESPA destinada a apurar se houve negligência do sistema de saúde no caso da morte da irmã dela.
Isto deve ser feito, apesar de o caso ser público e, portanto, notório.
Como a reação do Sr. Amiraldo Pinheiro sugere que o Poder Público nada fará, a família deve acionar administrativamente (e, depois, judicialmente) a SESPA para que se manifeste a respeito do óbito.

Uma vida humana não pode, por óbvio, ser substituída por nenhum outro bem - só isto já justifica que se trate o caso com seriedade e não com indiferença ou descaso.

Será que as centenas de bebês que morreram na Santa Casa não foram motivo suficiente para que o Governo do Estado do Pará mudasse sua atitude em relação aos cuidados que a saúde pública merece?
Quantas mortes, além a irmã de Ana Prado, serão "necessárias" para que a SESPA passe a tratar das pessoas com dignidade?

E a UNIMED, por que não se manifesta? Os sintomas da enfermidade eram claros, inequívocos e, mesmo assim, uma sucessão de erros graves contribuiu para que a irmã de Ana Prado desaparecesse.

Ao que parece, estamos entregues ao espectro tenebroso da gripe suína, pois nem a rede pública nem a rede privada de saúde estão preparadas minimamente para o atendimento adequado dos casos suspeitos.

A pesada propaganda da UNIMED ("o melhor plano é viver") nos meios de comunicação fica esmaecido diante desta morte absurda porque poderia ter sido evitada, mas não o foi.

Nesse passo, e para finalizar, digo que a luta de Ana Prado é uma luta de todos a favor da vida e contra a nova doença, bem como contra um inimigo muito pior do que a própria doença - a indiferença e o despreparo dos sistemas de saúde público e privado do Estado do Pará.