quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Nery, sobre pizzas e sobre petistas decepcionados

Do senador José Nery (PSOL-PA), da tribuna do Senado:

"Creio que foi uma decisão [do Conselho de Ética, de arquivar onze processos] completamente destoante do que quer e exige a maioria da população brasileira, que, diante das informações e dos fatos aqui amplamente divulgados e denunciados, tem-se manifestado das mais variadas formas, seja nas manifestações de rua, seja por carta, e-mail, ou pelo contato direto que tenho com as pessoas, seja pelas pesquisas de opinião. Elas demonstram claramente que há um sentimento na sociedade brasileira querendo que fatos e denúncias que envolvam parlamentares, especialmente Senadores, sejam devidamente apuradas e que a apuração desses fatos, pelo Conselho de Ética, não represente exatamente uma condenação antecipada, mas que, diante de evidência de que foram cometidos atos ilícitos, como a proliferação de atos secretos nas últimas gestões do Senado Federal, que envolvem mais de mil atos assim denominados, fraudes em licitações, favorecimentos, nepotismo, essas práticas deveriam estar sepultadas da política brasileira. Creio que o melhor caminho seria a investigação. Mas o Conselho de Ética, num total desconhecimento do que quer e do que deveria ser o seu dever de investigar, preferiu concordar com a decisão, já tomada pelo Presidente Paulo Duque, arquivando, então, as denúncias e as representações feitas pelo PSOL e pelo PSDB.

(...)

"Mas, Sr. Presidente, o dia também foi marcado por decisões de nossos Pares, Colegas nossos que também demonstram altivez e compromisso com uma nova política, com a utopia da luta para construir um País melhor, transformado.
Refiro-me especificamente às decisões que foram tomadas pela Senadora Marina Silva e pelo Senador Flávio Arns, que anunciaram, no dia de hoje, o seu desligamento do Partido dos Trabalhadores.
Eu dizia, há pouco, num encontro com a Senadora Marina Silva e com o Senador Flávio Arns, que, depois de 25 anos de militância e construção no Partido dos Trabalhadores, em 2005, tive que tomar igual decisão. Fui um construtor da luta do Partido dos Trabalhadores no Estado do Pará e, em 2005, ao avaliarmos que o Governo que nós havíamos eleito para fazer mudanças estruturais, reformas estruturais da sociedade brasileira, na verdade, havia-se rendido aos encantos do neoliberalismo e passava a adotar, sem meios-termos, sem nenhuma mediação, a política até então comandada pelo PSDB, do Governo Fernando Henrique e daqueles que o antecederam – isso contou com a repulsa de militantes sociais e dirigentes partidários, que tomaram, então, naquela ocasião, vendo soterradas as esperanças de que o programa que oferecemos ao Brasil nas eleições de 2002, que foi majoritário e foi aprovado por 53 milhões de brasileiros àquela época tinha sido desrespeitado..."

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