No AMAZÔNIA:
São pouco mais de dois meses de obra e muitos transtornos na rua do Utinga, no bairro do Curió. A troca da tubulação da principal adutora que abastece a cidade já interditou a via de ponta a ponta, além de parte da rua Ana Deusa. Mesmo assim, a população não reclama, com a esperança de que até outubro, quando a obra deve ser concluída, o abastecimento na região melhore.
Isso porque cerca de 45% do volume de água que deveria chegar nas residências do bairro se perdeu por causa dos constantes vazamentos e 'gatos' - instalações clandestinas.
A obra começou em junho deste ano e tem como objetivo eliminar os vazamentos que prejudicavam o abastecimento da região há mais de cinco anos. De acordo com o engenheiro da obra, Luís Frasão, a água que vai abastecer o bairro será captada no Guamá. 'Com isso, o volume de água vai aumentar consideravelmente. Os moradores vão ficar bastante satisfeitos', disse.
O engenheiro disse ainda que um dos fatores que contribuiu para que tudo corresse bem na obra foi o apoio da Prefeitura Municipal de Belém, já que foi preciso abrir um buraco em toda a rua e, por consequência disso, ela teve que ser interditada.
Moradora da rua Utinga há mais de 30 anos, a aposentada Maria Pereira da Silva conta que o abastecimento na área é muito ruim. É difícil ter água na torneira e, quando tem, vem suja. Constantemente, o abastecimento é interrompido às 13 horas e só volta no dia seguinte. Com isso, o jeito é comprar vários galões de água mineral para garantir a higiene e o jantar, além de matar a sede. 'Nos últimos dias, a água está muito suja. Ela vem com um pó que parece ferrugem. Não existe a possibilidade de a minha família beber isso', contou a aposentada.
O morador Carlos Augusto Martins compartilha da mesma opinião. Para ele, a obra é uma conquista muito boa para o bairro. 'Não tenho o que reclamar, a obra vai ser um avanço para o Curió-Utinga. Além disso, os operários sempre jogam água na rua para diminuir a poeira, o que já é muito bom', disse.
Já Flávio Morgado, que trabalha em uma padaria no local, disse que esse é um momento de ter paciência com a obra para, posteriormente, ver o progresso do Curió-Utinga. 'Tenho certeza de que agora vamos ter motivos para comemorar', ressaltou.
Cosanpa - O presidente da instituição, Eduardo Ribeiro, explicou que a obra em curso é emergencial, para evitar os constantes vazamentos que têm interrompido o fornecimento de água de três a quatro vezes por mês. No serviço, está sendo colocada uma nova tubulação de 920 metros, feita de um material mais resistente, ferro fundido, vai substituir outra de aço, que já tem 38 anos de existência e está deteriorada.
'Durante os últimos anos, já poderia ter até ocorrido um acidente ou um alagamento. A obra devia ter saído antes, mas não havia dinheiro. Agora vai acabar o transtorno', garante o presidente.
Segundo ele, todos os moradores foram informados de reuniões prévias sobre o assunto em maio deste ano e receberam informativos da Cosanpa.
Eduardo Ribeiro espera que até o dia 10 de setembro o serviço nas ruas do Utinga esteja terminado. A ligação da nova adutora será feita em dezembro. Também até o final do ano, a Estação de Tratamento de Água de Bolonha deve ser duplicada, para ampliar a capacidade de abastecimento da cidade, que já está aquém da demanda. 'A última grande obra havia sido em 1986. Daí, só a demanda cresceu', diz o presidente da entidade.
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