No AMAZÔNIA:
Os consultores da Jica (Agência de Cooperação Internacional do Japão) apresentaram ontem em Belém, juntamente com a equipe técnica do projeto 'Via Metrópole' e representantes do governo do Estado, o planejamento e o relatório inicial das atividades que eles irão desenvolver para atualizar os estudos de viabilidade econômica do projeto. O relatório é um diagnóstico que expressa os principais problemas do transporte coletivo e do trânsito na Região Metropolitana de Belém.
Os técnicos da Jica vão atualizar os últimos estudos realizados em 2003, que indicaram projetos e alternativas que nunca foram executados pelos governos anteriores - que haviam contratado a consultoria -, e nem pelas prefeituras dos cinco municípos da RMB.
Os novos estudos compreendem as mudanças nos principais elementos que compõem o sistema de transporte coletivo urbano nos últimos anos, como os corredores e o fluxo de tráfego, os custos, a demanda e as novas tecnologias que podem ser utilizadas para melhorar a qualidade dos serviços prestados, assim como promover mudanças na gestão e na concessão das linhas.
Até junho deste ano, os técnicos japoneses deverão apresentar ao governo do Pará a versão preliminar dos estudos.
Para Katsushiko Haga, representante-chefe da Jica no Brasil, o maior problema do sistema apontado nos estudos em 2003 é o grande fluxo de ônibus para o centro de Belém, o que provoca lentidão e congestionamento no tráfego.
De acordo com ele, do ano de 2003 para cá essa situação só piorou. 'É preciso um redesenho do sistema baseado nos estudos, respeitando inclusive o grande número de bicicletas que tem hoje, mas com certeza são necessários os terminais e talvez operar ônibus maiores', ressaltou.
O coordenador técnico da equipe da Jica, Kenichi Sekine, que participou dos primeiros estudos em Belém, destacou que a população da cidade usa ônibus frequentemente, e como a maioria das 165 linhas se sobrepõe, o tráfego fica lento.
Em 2003 foi indicado o sistema 'troncal' como solução, porque ele ordena a distribuição das linhas. O sistema permite introduzir ônibus maiores, e com isso aumentar a velocidade do fluxo, desde que adotadas faixas exclusivas.
O relatório parcial da Jica vai permitir ao governo iniciar ações e negociar a captação de recursos para realizar as maiores intervenções no sistema de transporte de passageiros na Região Metropolitana de Belém, que são as obras viárias, previstas para a segunda etapa do 'Via Metrópole'.
O relatório final sobre os estudos serão apresentados em outubro, quando o governo poderá contrair os empréstimos junto ao Banco do Japão para Cooperação Internacional (JBIC), no valor estimado de U$ 352 milhões. Os empréstimos fazem parte do compromisso da agência ao assumir a atualização dos estudos.
Segundo Marcílio Monteiro, da Secretaria de Estado de Projetos Estratégicos (Sepe), a execução do 'Via Metrópole' a partir dos novos estudos da Jica é um compromisso do governo que deve ser executado em parceria com as prefeituras e com a sociedade.
O secretário espera que os estudos e os projetos do 'Via Metrópole' possam promover mudanças radicais no transporte de passageiros. 'Chegamos ao limite, ao caos, por falta de planejamento estratégico de governos anteriores, da gestão de um serviço sem concessão, de conflitos por obras ruins ou não realizadas. Com os estudos vamos poder mudar a gestão e o modelo operacional, que pode ser desde ônibus até veículo leve sobre trilho, além da bilhetagem', destacou.
Ele acredita que o projeto está sendo retomado em um momento muito favorável porque a Jica se integrou ao JBIC e agora também atua como agente financeiro. O secretário declarou que como os estudos da Jica serão a base da carta-consulta de financiamento, isso possibilita que os empréstimos sejam feitos de forma muito rápida. Ele informou que os recursos para as intervenções na avenida Independência, rodovia Arthur Bernardes e para o elevado da avenida Júlio César já estão liberados junto ao Banco do Brasil.
Para a segunda etapa da avenida Perimetral, o túnel da Dr. Freitas e a conclusão do projeto original da João Paulo II, os empréstimos estão sendo negociados com a Caixa Ecônomica Federal (CEF). Para a execução das obras viárias de intervenção nos corredores de tráfego, a construção dos terminais de integração e a gestão, os recursos serão negociados com a Jica.
2 comentários:
Desde que me entendo ouço falar nestes japoneses mágicos. Seria bom avisar a eles que aqui não é terra séria e que seus estudos como os anteriores irão para a lata do lixo. Só queria saber quem paga esta farra?
Agora sim. Eu acredito que este projeto sai do papel e seja realidade, pois não há possibilidade de trafego de veiculos nesta cidade e mesmo porque Belém se candidatou a sediar a copa de 2014.
Edilson de Jesus
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