domingo, 5 de abril de 2009

Lei Seca de volta ao debate

No AMAZÔNIA:

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) tem se esforçado para 'civilizar' o futebol brasileiro. A primeira atitude foi a resolução que proíbe a venda e o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios, assinada em 2008. As federações estaduais, claro, endossaram a decisão. Mas, no último mês, o assunto voltou à tona. Principalmente no Pará e em Pernambuco. Antes do último clássico Re x Pa, o vereador Adalberto Aguiar (PT-PA) tentou liberar a 'cervejinha' por meio de liminar da Justiça Comum. Fracassou.
No Nordeste, o rumo foi diferente. A Assembleia Legislativa de Pernambuco aprovou a Lei Seca em segunda instância. Agora, só falta a sanção do governador Eduardo Campos. Embora tenham concordado com a proposta do deputado Alberto Feitosa (PR-PE), os políticos lembraram que, além do consumo de bebida, as torcidas organizadas também contribuem para os índices de violência.
O tema é polêmico. De um lado, torcedores e políticos reclamam da proibição. Do outro, promotores e dirigentes aprovam. 'Somos contra a violência nos estádios, mas a bebida não é a única causa. O público está deixando de ir aos estádios para gastar o dinheiro dos ingressos nos bares, onde ficam bebendo e assistindo ao jogo pela televisão', argumenta o vereador Adalberto Aguiar.
A regra também não é clara. Tampouco as punições. Nem mesmo a polícia sabe o que fazer se flagrar um torcedor bebendo dentro do estádio. Prende? Expulsa? Joga a bebida fora? Para justificar a manutenção da norma, a Polícia Militar garante que as ocorrências por desordem caíram de 50 para 8. Os números, porém, são relativos apenas aos clássicos Re x Pa deste ano.
O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo Ministério Público e pela Federação Paraense de Futebol (FPF), documento que veta a bebida no Parazão, tem fundamento no 'achismo' da PM e dos promotores públicos. Não há um levantamento oficial do número de ocorrências policiais registradas nos jogos disputados antes e depois que a norma entrou em vigor.
Por outro lado, também não há nenhuma prova de que a Lei Seca contribua para reduzir os índices de público, como justificam os que são contra a medida. 'Se caiu o público é porque o futebol piorou ou é consequência das transmissões. Mesmo assim, no último Re x Pa, houve um aumento expressivo do público. A diferença é que, agora, os jogos serão frequentados por famílias', diz o coronel PM Edivaldo Sarmanho.

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