domingo, 5 de abril de 2009

Entre os risos e a polêmica

No AMAZÔNIA:

Entre os jornalistas é considerada sorte grande quando se encontra um entrevistado que fale bastante. Aí é só dar um jeito de fazer com que ele fale o que realmente interessa. Ao sentar-se para falar com Leônidas, ex-centroavante dos três grandes de Belém e de outros clubes do Pará e do Brasil, não há a menor possibilidade de cortar as declarações. Usando um clichê antigo, é uma 'metralhadora de palavras' da qual não se pode esquivar. Causos, piadas, xingamentos, risadas, risadas e mais risadas. Não dá para não rir ao conversar com ele.
Logo na primeira pergunta ele já mostra um carrão de sena. 'Meu nome completo é Leônidas Castro e aquele estádio do Paysandu é meu, pode escrever aí', ri o Léo, como os amigos o chamam. Hoje com 59 anos, ele começou na Tuna Luso, Campeã Paraense de 1970, junto a jogadores como Marinho, Mesquita e Fefeu, todos em começo de carreira e que vieram a escrever seus nomes no panteão do futebol paraense. Depois passou por Leão e Papão e clubes como Fortaleza-CE, Anapolina-GO e River-PI, entre outros.
Assim como a irreverência, a polêmica sempre andou de mãos dadas com ele. Nunca negou a predileção pela bebida, o que o fez largar o futebol com apenas 30 anos. 'Não dava mais, não tinha vontade de continuar jogando. Estava só no ‘mé’', lembra. O ano era 1980 e ele ensaiava um retorno ao Souza. Com os dirigentes a relação era explosiva. Salários atrasados era sinônimo de confusão. 'Cansei de quebrar concentração por causa do meu dinheiro. Ia para cima mesmo. No final sempre pagavam'.
A fama, para o lado bom e para o ruim, nunca o incomodou. Assim como adorava os elogios, entendia as cobranças e os insultos vindo da arquibancada. 'Quem paga o jogador é o torcedor e ele tem direito de reclamar. Nunca discuti com torcedor e acho um absurdo quem faz isso. Me chamavam de muitas coisas, mas não ligava', salienta Leônidas, para arrematar com: 'Minha vida sempre foi um livro aberto, só que tem um monte de páginas sujas'.

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