quarta-feira, 8 de abril de 2009

Justiça reintegra duas áreas

No AMAZÔNIA:

Mais duas propriedades rurais que haviam sido invadidas por sem-terra na região nordeste paraense foram reintegradas, na manhã e tarde de ontem, pela Vara Agrária de Castanhal, por meio do trabalho de oficiais de justiça e com o apoio das tropas do Comando de Missões Especiais (CME) da Polícia Militar, sob o comando do coronel Rolian. A primeira área desocupada foi a fazenda Igarapé-Miri, de propriedade do agricultor Benedito Coli, localizada no ramal da Bruaca, em São Francisco do Pará. Nela estavam, há cerca de 10 meses, 33 famílias, e todas deixaram para trás plantações de mandioca, macaxeira, milho, além de árvores frutíferas.
No final da manhã foi a vez de ser cumprida a reintegração de posse do sítio Hashicuchi, localizado no km 6 da rodovia PA-136, que liga Castanhal a Curuçá. Novamente pelo menos três dezenas de famílias foram obrigadas a deixar a área, e dezenas de hectares de área cultivada.
Para completar essa primeira etapa de reintegrações, segundo o coronel Rolian, ainda faltam ser retirados posseiros do loteamento Sol e Mar, em Marudá, e de uma invasão localizada no bairro do Pirapora, periferia de Castanhal, e que na última sexta-feira foi visitada pela tropa do CME.
Como na ocasião não foi apresentada nenhuma liminar da justiça determinando a saída dos invasores, foi dado um prazo para que eles deixassem a área, que hoje pertence à Cosanpa, até meia-noite de ontem. Pessoas ligadas a partidos políticos, e até a promotora da Vara Agrária de Castanhal, Ana Maria Brabo, além de representantes da Procuradoria do Estado e da Casa Civil do Governo do Estado travam uma disputa, umas para manter os posseiros na área, outras para retirá-los.
Ontem um invasor informou, por telefone, que a promotora Ana Maria havia conseguido, no Fórum de Castanhal, um prazo de 60 dias para que as partes envolvidas encontrem uma solução. Os invasores garantem que a área foi comprada pela Cosanpa com sem-teto dentro dela. A estatal de saneamento nega, e diz que no local vai ser construída uma estação de tratamento de água, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Eduardo dos Santos Negrão, líder da ocupação na fazenda Igarapé-Miri, declarou ontem, diante de alguns integrantes da tropa do CME, que 'a polícia ainda vai ter muito trabalho com a gente', dando a entender que ele e seus comandados irão invadir novamente a propriedade rural.
Os invasores são de vários municípios da região, e muitos deles não têm onde ficar. Por isso boa parte deles foi parar na porta da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), em Castanhal. 'Estou desaprumado, a cabeça zonza', lamentava o sem-terra Raimundo Lopes, enquanto arrumava sua bagagem e tentava juntar galinhas e patos. Caminhões foram fretados para levar os pertences dos sem-terra.
Até agora foram retirados invasores das fazendas Itaqui, em Castanhal; São João, em São Miguel do Guamá; Câmara Lagoa, em Marapanim; Igarapé-Miri, em São Francisco; e do sítio Hashiguchi, na PA-136. A reintegração da fazenda Ouro Verde foi suspensa pelo juiz da Vara Agrária, Sérgio Ricardo da Costa, que vislumbra um acordo entre sem-terra e o dono da propriedade.

Um comentário:

Cid disse...

se vc tem uma terra e não pode mantela de para o povo, au ves de acumula sujeira e bandidos.