No AMAZÔNIA:
Apurar, escrever, editar, publicar: essa é a rotina do jornalista, profissional que recebe hoje os louros pelo seu trabalho. Apesar de estar cercado de glamour, quem trabalha na área vive cheio de desafios. Esse ano, a data será comemorada em clima de expectativa. No próximo dia 15, a Lei da Imprensa, criada em 1967, pode, simplesmente, deixar de existir.
Ano passado, o Supremo Tribunal Federal suspendeu 20 dos 77 artigos da Lei, que ainda traz muitas heranças da ditadura militar. A partir de então, juízes de todo o país passaram a usar os códigos Civil e Penal para punir excessos cometidos por jornalistas. Agora, há quem defenda sua total extinção. A votação para decidir o futuro da Lei começou na última quarta-feira (1º de abril), e já teve dois votos favoráveis a sua extinção: dos Ministros Carlos Ayres Brito e Eros Grau. De acordo com Sheila Faro, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor), a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e os sindicatos de todo o país são contra a atitude extrema.
Outra questão que gera polêmica entre os jornalistas também pode ser respondida pelos tribunais, definitivamente, ainda este ano: afinal, o profissional de jornalismo precisa ter diploma? O sindicato da categoria estima que, no Pará, existam mais de 1.500 pessoas trabalhando na área. A obrigatoriedade do documento para o exercício da profissão foi instituída em 1967 e estaria em vigor após a Constituição de 1988. Porém, os mais antigos jornalistas paraenses, em sua maioria, não possuem diploma, já que o curso de comunicação é recente no Estado.
Talvez por causa de pessoas que ocuparam seu espaço mesmo sem terem enfrentado quatro anos de faculdade, desde 2001, em todo o país, foi suspensa a obrigatoriedade de diploma para obtenção do registro. Entretanto, segundo a presidente do Sindicato, existem casos de pessoas que tentam tirar o registro na Fenaj sem sequer saber escrever. 'Eles vão lá e tentam assinar com a digital, para você ver a gravidade de se permitir que qualquer um entre na profissão. Os jornalistas do interior também podem adquirir o registro, mas desde que o trabalho seja exercido lá, onde não há curso de comunicação', finalizou.
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