Água ainda gera polêmicas

No AMAZÔNIA:

Se aproveitar o final de semana foi bastante complicado para os moradores de dez bairros da capital que ficaram sem água, iniciar os trabalhos na segunda-feira também não foi tão fácil. As reclamações sobre a falta de água e a qualidade do líquido que chega às torneiras dos belenenses não faltaram, assim como acusações de desrespeito aos moradores por parte da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa).
Raimundo Rodrigues Pereira, 52, proprietário de uma quitanda na avenida Ceará, próximo à João Paulo II, conta que todo dia, das 14 às 17 horas, falta água na rua onde mora e ontem pela manhã, apesar de chegar à torneira, a água estava muito fraca. 'Pago em dia minha conta de água e nem avisam a gente quando vai faltar ‘oficialmente’. Compromete todo meu trabalho, pois como vendo frutas, preciso estar lavando as mãos com frequência', declara o vendedor. Para beber e cozinhar, Raimundo conta que é necessário filtrar ou ferver a água: 'Deus te livre de tomar essa água assim!'.
O salão de beleza, cuja maior movimentação é nos finais de semana, precisou estocar água para não deixar de oferecer os serviços às clientes. Rose Cordovil afirma que a conta do salão, localizado no bairro de Canudos, é alta e a falta de água é injustificável. Mas há quem tenha tomado medidas extremas 'contra a humilhação que a Cosanpa faz'. É o caso da pensionista Helena Negrão, que resolveu parar de pagar a conta.
'Não adianta nada pagar para não ter. Além disso, é necessário um outro gasto para pedir a ativação'. Ela tem conseguido água em um cano baixo próximo à rua e diz que estoca água em garrafas PET. 'Uso de duas a três garrafas para tomar banho. Cansei de não ver a água subir no meu chuveiro', declara.
Até o fechamento desta edição, a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) não havia enviado nota em resposta às reclamações dos consumidores.