No AMAZÔNIA:
Três pessoas morreram e duas estão gravemente feridas após a explosão de um barco na madrugada de ontem, em um porto na rodovia Arthur Bernardes. A embarcação estava pronta para levar, de forma irregular, cerca de 600 botijões de gás à ilha do Marajó. Segundo o Corpo de Bombeiros, a carga não poderia ser levada em ambiente fechado, como estava, mas sim em uma balsa, para evitar um acidente em caso de vazamento do gás.
Às 4 horas, a embarcação de médio porte Anjos da Guarda, com capacidade para 20 toneladas, estava pronta para a partida do porto Caravelas, rumo ao município de Cachoeira do Arari. Tudo leva a crer que havia gás vazando e, ao ser acionado o motor, houve a combustão, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Entre os sete tripulantes, morreram na hora Waldenora da Silva Ramos e Cléber Cristiano Serrão, esposa e irmão do responsável pela embarcação, conhecido como 'Toca'. Ele seria o responsável pelo aluguel do barco junto ao dono, Haroldo Tembla.
A explosão foi tão forte que o barulho foi ouvido em lugares distantes. Há depoimentos de que o estrondo foi escutado até no Reduto. Na mesma madrugada, muitos começaram a entrar no porto e, ao ver os botijões dispersos pela maré, passaram a saquear a carga. Com a chegada da Polícia Militar, os curiosos foram evacuados da área para facilitar o trabalho do Corpo de Bombeiros. 'Quatro das vítimas que sobreviveram foram retiradas logo da água. O ‘Toca’ foi resgatado depois, pois parecia estar em estado mais grave', conta o tenente Nonato.
A assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou que três vítimas da explosão deram entrada Pronto-Socorro da 14 de Março. Ismael David, de 25 anos, chegou a ficar em observação na área de isolamento, com quadro de queimaduras graves, mas faleceu às 9h30. Já os pacientes Carlos Gemaque, 32, e Claúdio da Silva Beltrão, 42, estão no setor de emergência do hospital, com escoriações pelo corpo. O estado de saúde deles é considerado estável. Outra vítima, Kléber Silva, foi levada ao Hospital Pronto Socorro Municipal do Umarizal, sendo transferido ainda de manhã para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência. Ele sofreu queimaduras de segundo grau na face, tórax, braços e pernas e havia suspeita de fratura do braço direito. Embora ele tenha sofrido a explosão de frente, o quadro dele era estável na manhã de ontem, enquanto aguardava para fazer mais exames. A quinta vítima, sem identificação, não foi localizada no PSM da 14 de Março e teria sido resgatada pela ambulância do Corpo de Bombeiros.
Pouco sobrou da embarcação após a detonação do combustível. O impacto foi forte a ponto de causar danos no barco ao lado, que teve uma das portas arrancadas e parte da proa queimada. Segundo o major Cláudio Tavernard, que comandou a equipe de resgate dos Bombeiros, provavelmente nenhum botijão explodiu; a combustão foi apenas do gás vazado. Mesmo sem o resultado da perícia, já é possível avaliar uma irregularidade. 'O GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) não pode ser transportado de forma confinada, mas sim em local aberto, como em balsa', afirma. 'Quando chegamos, havia botijões borbulhando na água e cheiro de gás no ar, o que reforça a tese de que o vazamento causou a explosão', completa.
O subtenente Oracídio Rabelo, integrante da equipe dos Bombeiros, conta ter ouvido, do quartel, o estampido. Pouco tempo depois, recebeu o chamado sobre a ocorrência. 'Mergulhadores encontraram os corpos. Verificamos que os botijões estavam no porão e no convés principal. Deve ter acumulado gás vazado mesmo', suspeita. Na mesma manhã, três inspetores da Capitania dos Portos foram ao local para apurar os fatos. O resultado da perícia pode responsabilizar não só quem conduzia a embarcação no momento, mas também o dono do veículo.
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