Na FOLHA DE S.PAULO:
O chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, não pensa em se afastar do cargo por causa da denúncia de que teria repassado informação privilegiada ao advogado petista Luiz Eduardo Greenhalgh. "Eu tenho total apoio do presidente. Ele me disse: "Gilberto, eu faria exatamente o que você fez'", disse ao deixar a catedral da Sé, em São Paulo.
Carvalho representou o presidente Lula ontem na missa pelo jubileu de ouro sacerdotal do cardeal dom Cláudio Hummes. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal analisam pedidos de investigação encaminhados pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que acusa o assessor de prevaricação, por ter repassado ao colega petista informações da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). "Estou absolutamente tranqüilo. Não houve abuso nenhum. O que fiz foi preservar a Presidência de uma eventual fraude", afirmou.
Com base na lei de improbidade administrativa, o deputado tucano pediu o imediato afastamento de Carvalho do cargo. A procuradora da República em Brasília Ana Carolina Roman abriu investigação preliminar e pediu ao juiz paulista Fausto de Sanctis, responsável pelo caso, os áudios dos diálogos de Carvalho e Greenhalgh.
No dia 28 de maio, Greenhalgh ligou para Carvalho perguntando se havia alguma investigação da Abin sobre Humberto Braz, cliente do ex-deputado petista e lobista do banqueiro Daniel Dantas. O assessor respondeu que não havia "nenhuma pessoa designada na presidência", mas prometeu verificar, segundo o grampo.
Suspeito de ter feito tráfico de influência para Dantas, Greenhalgh teve seu telefone grampeado no curso da Operação Satiagraha. Braz é acusado de tentar subornar delegados da PF para tentar livrar o ex-banqueiro do Opportunity das investigações por gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha
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