quinta-feira, 17 de julho de 2008

Justiça processa Dantas por tentativa de suborno

Na FOLHA DE S.PAULO:

Um dia depois de o delegado Protógenes Queiroz ter sido afastado das investigações pela cúpula da PF, a Justiça Federal abriu um processo criminal contra o banqueiro Daniel Dantas, o braço direito dele e ex-presidente da Brasil Telecom, Humberto Braz, e o consultor Hugo Chicaroni, pelo crime de corrupção ativa.
Na decisão, o juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, informou existir "indícios suficientes" da participação dos três numa tentativa de subornar o delegado da PF Victor Hugo Ferreira com US$ 1 milhão para que Dantas e parentes fossem excluídos da investigação.
Com a abertura do processo, Dantas, Braz e Chicaroni passam da condição de investigados para a de réus.
Toda a negociação para o pagamento de propina, que ocorreu em restaurantes de São Paulo, foi autorizada pela Justiça, filmada pela PF e monitorada por escutas telefônicas.
Na decisão, Sanctis rebateu o argumento de advogados da defesa, que disseram que as provas apresentadas pelo Ministério Público Federal para sustentar a ocorrência do crime de corrupção são inválidas, pois o flagrante teria sido armado.
"Não houve flagrante preparado", disse o magistrado. Segundo ele, quem telefonou para o delegado foi Braz.
Preso desde o dia 8, Chicaroni confessou a tentativa de extorsão e afirmou que atendia a um pedido de Dantas. Braz, por sua vez, manteve-se em silêncio. Advogados dele informaram que pedirão perícia das gravações realizadas pela PF.
Advogados de Dantas refutam a acusação de tentativa de extorsão de um delegado.
Segundo o procurador Rodrigo De Grandis, os emissários de Dantas ofereceram US$ 500 mil ao delegado em troca da exclusão dos nomes do banqueiro, de sua irmã e do filho dela da investigação. Depois, o valor subiu para US$ 1 milhão. As gravações revelam que foram feitos dois pagamentos, um de R$ 50 mil e outro de R$ 79.050.
Na casa de Chicaroni, no último dia 8, a PF encontrou quase R$ 1,3 milhão em dinheiro. Em depoimento, o consultor disse que tinha recebido R$ 865 mil de "pessoas ligadas ao Opportunity", de Dantas, para que fossem entregues ao delegado.
De Grandis disse que outras denúncias serão apresentadas contra o grupo e que ofereceu a denúncia por corrupção porque dois acusados estão presos.

Nenhum comentário: