sexta-feira, 9 de maio de 2008

Promotor confia na punição de envolvidos no caso Dorothy

No AMAZÔNIA:

O promotor Edson Cardoso de Souza acredita que a punição dos culpados pela trama de execução da missionária Dorothy Stang independe do processo de federalização, como defendem alguns segmentos da sociedade. Ele explica que mesmo se o processo tivesse sido realizado pela justiça federal, o julgamento seria realizado por um júri popular e também em Belém, como ocorreu na justiça estadual.
Segundo Edson Cardoso, essa questão é bem mais profunda e o Ministério Público acredita que pode reverter a absolvição do fazendeiro Viltamiro de Moura Bastos, o 'Bida', que havia sido condenado a 30 anos de prisão no primeiro julgamento, realizado em 2007, mas que os jurados libertaram por cinco votos a dois na terça-feira, após dois dias de julgamento.
Cardoso protocolou, ontem, o pedido de vistas ao processo no Fórum Criminal e terá até a terça-feira, 13, para protocolar o recurso de apelação da sentença junto ao Tribunal de Justiça do Estado (TJE). Ele vai pedir a anulação e a realização de novo julgamento.
'Bida' é apontado no inquérito policial e pelo Ministério Público como o mandante do crime. Os motivos seriam as várias autuações e multas movidas pelas denúncias que a missionária fazia contra ele no Ibama e Ministério do Trabalho, que o enquadraram por desmatamento e trabalho escravo. Porém, o estopim seriam os 350 hectares de terras ocupados por cerca de 150 famílias de trabalhadores rurais, na Gleba 52, em Anapu, área da União, onde estavam sendo implantados os Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS), que Bida tentava anexar a sua fazenda, que faz divisa com o projeto. Após a morte de Dorothy Stang, a fazenda de 'Bida' foi considerada pela justiça como área da União e suas terras reintegradas ao patrimônio do Incra para fins de reforma agrária. A fazenda é oriunda de grilagem e foi repassada para Bida pela quantia de R$ 750 mil por Regivaldo Galvão, outro fazendeiro de Altamira, apontado pelo Ministério Público como o outro mandante da morte da missionária e que ainda não foi julgado. Ele aguarda em liberdade o julgamento de recurso ao STJ, em que solicita a exclusão de seu nome do processo.
Na trama ainda constam os pistoleiros Clodoado Batista, condenado a 17 anos de prisão, Rayfran das Neves, condenado a 28 anos de prisão e Amair Feijoli, o 'Tato', que intermediou a contratação dos pistoleiros. Juntos, os criminosos receberiam de 'Bida' e Regivaldo R$ 50 mil para serem rateados entre os três.

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