Na FOLHA DE S.PAULO:
Ambientalistas receberam com preocupação a notícia da demissão de Marina Silva e apontaram que o governo Lula fica com sua imagem doméstica e internacional arranhada.
"Agora o rei está nu, a roupa verde do presidente foi levada", diz Frank Guggenheim, diretor do Greenpeace. "Trata-se de uma clara demonstração de que a área ambiental não tem espaço no atual governo", afirma Denise Hamú, secretária-geral do WWF. "Não bastassem as implicações dessa decisão, o pedido de demissão de Marina Silva terá uma repercussão muito negativa para o Brasil no exterior", afirmou.
O primeiro mal-estar internacional tem data para acontecer: na próxima segunda-feira começa na Alemanha a reunião da Conferência da Diversidade Biológica das Nações Unidas, na qual o Brasil apresentaria resultados de suas políticas contra o desmatamento. A presidente do evento é Marina.
As ONGs, que tinham em Marina sua maior interlocutora, são unânimes em apontar o desgaste progressivo entre a ministra e outros setores do governo como razão para a saída.
Segundo Guggenheim, Marina "nunca conseguiu implementar a sua visão de que o ambiente era uma questão de todos os ministérios". "Fato é que o ambiente na visão deste governo é um entrave ao progresso, uma pedra no caminho."
"A ministra tentou mostrar para os seus colegas de ministério que, para o Brasil ser moderno, ele precisava integrar a dimensão ambiental ao seu desenvolvimento. Mas os seus colegas, que pensam o desenvolvimento somente em uma dimensão (econômica), não foram capazes de aproveitar os conselhos dela", disse José Maria Cardoso da Silva, da Conservação Internacional. "Perdem o governo Lula e o Brasil."
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