Na FOLHA DE S.PAULO:
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, afirma que a Polícia Federal não tem provas de sua participação no suposto esquema de desvio de recursos do BNDES e diz que o caso só teve repercussão porque seu trabalho como parlamentar está "incomodando os poderosos do país". As afirmações foram feitas à Folha em entrevista concedida ontem por telefone.
"O que aparece no relatório da PF é apenas uma menção a um "PA" e a um Paulinho. Em seguida, é citado entre aspas ou parênteses possivelmente Paulo Pereira da Silva. O que a PF fez foi supor que pudesse ter uma ligação comigo", diz. "E isso que teve impacto na mídia."
Sem citar exatamente quem estaria contrariado com sua atuação política, ele diz que o "grande empresariado está incomodado" porque as centrais sindicais conseguiram reconhecimento no governo Lula e porque existe a possibilidade de se aprovar a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, além da adesão à convenção 158 da OIT, que impede a demissão imotivada.
"Isso significa que haveria garantia de emprego e ainda diminuição na jornada. O presidente Lula e vários ministros já demonstraram seu apoio. Mas quem vai pressionar os líderes? Sou eu. Sei que isso incomoda muito a alta sociedade."
Paulinho diz desconhecer a declaração do coronel da Polícia Militar Wilson de Barros Consani Júnior, investigado na ação, que cita em depoimento à PF no dia 2 de maio que Paulinho seria o "nosso chefe maior". A informação foi publicada ontem no jornal "O Estado de S. Paulo". Em uma conversa telefônica grampeada, Consani teria avisado um cunhado de Paulinho sobre a operação da PF na noite anterior à ação. "É bom avisar nosso chefe maior", teria dito Consani.
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