terça-feira, 13 de maio de 2008

Araceli diz que “o PT, ao que parece, mudou de lado”

“É um erro grosseiro imputar ao PSOL a responsabilidade pela greve dos servidores da rede estadual do ensino”, disse ontem (12), ao Espaço Aberto, a presidenta estadual do partido, Araceli Lemos, ao ser confrontada com a críticas dos presidentes do PT no Pará em Belém, de que um forte componente eleitoral inspira a paralisação de professores públicos.
“O PSOL continuará onde sempre esteve: participando ativamente das lutas sociais e denunciando sem temor as violações dos direitos humanos. Já o PT, ao que parece, mudou definitivamente de lado.”
É a seguinte, na íntegra a nota enviada ao blog pela presidenta Araceli Lemos:

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É um erro grosseiro imputar ao PSOL a responsabilidade pela greve dos servidores da rede estadual do ensino. A paralisação, que se prolonga por 19 dias e alcança mais de 70 municípios, decorre da intransigência e da falta de habilidade da governadora Ana Julia e de seus secretários. Decorre, também, da maneira truculenta e desrespeitosa como o governo resolveu tratar a categoria, seja através da inusitada ação judicial para declarar a paralisação ilegal, seja pela feroz repressão desatada em cima dos educadores na manhã da última sexta-feira, 9 de maio. Não reconhecer esses fatos é tentar tapar o sol com a peneira e sair à caça de bodes expiatórios.
Lamentável é ver que o PT assume cada vez mais o discurso conservador que encara o movimento social como mera correia de transmissão de partidos ou de lideranças políticas, com base na falaciosa idéia de que os trabalhadores possam ser massa de manobra de quem quer que seja.
O PSOL não só reconhece a legitimidade da luta dos trabalhadores em educação, como está empenhado na solidariedade ativa ao movimento. E tudo isso é feito no mais absoluto respeito à liberdade e autonomia do sindicato, entidade representativa e apartidária, cuja combatividade e disposição de resistência a todo e qualquer governo está mais que demonstrada na história recente do Pará.
Ao invés de enxergar uso eleitoral na greve dos educadores, dando sua contribuição à estratégia palaciana de estigmatizar, isolar e criminalizar o movimento grevista, o PT deveria se esforçar por trazer de volta o governo à mesa de negociações, único caminho para por fim ao atual impasse.
O PSOL continuará onde sempre esteve: participando ativamente das lutas sociais e denunciando sem temor as violações dos direitos humanos. Já o PT, ao que parece, mudou definitivamente de lado.

Araceli Lemos
Presidenta do PSOL-PA

Um comentário:

Anônimo disse...

Um dia ainda veremos o PSOL do outro lado da mesa: no poder.
Então poderemos , quem sabe, assistir ambos os lados, educada e polidamente, sentar e discutir civilizadamente.
De um lado, professores polidamente (sem gritos, sem violência, sem aqueles jargões manjados e expressões radicais, sem bandeiras de partidos nanicos no tamanho e na dimensão da responsabilidade) reinvidicando reposição IMEDIATA de todas as perdas acumuladas desde sempre, mais recebimento dos dias de greve, mesmo que abusiva, nada de penalizações por baixa qualidade no dever de ensinar.
E do outro lado, o governo socialista-popular do PSOL atendendo DE IMEDIATO tudo o que foi reinvidicado, sem preocupações com reponsabilidade fiscal, equilíbrio das contas públicas, nada de cobrar obrigações e deveres dos professores.
Lindo, não?
Utopia irresponsável.
Acorda PT, acorda PSOL.
Não enganem o distinto público, nós, que pagamos tudo com o nosso dinheiro.
O PT está sentindo na pele o que é ser vidraça.
O PSOL continua com a baladeira na mão,comodamente.