sexta-feira, 7 de março de 2008

Saraiva leva grupo Siciliano por R$ 60 milhões

Em O ESTADO DE S.PAULO:

A Saraiva anunciou ontem a aquisição da Siciliano, após um ano de duras negociações, com direito a idas e vindas e oferta de candidato de última hora. A Saraiva pagou R$ 60 milhões pela rede de 63 livrarias (52 próprias e 11 franquias), pela editora - que tem os selos Arx, Futura, Caramelo e ArxJovem - e pelo site de comércio eletrônico. Junto, leva também uma dívida de R$ 13,6 milhões.
As duas redes terão 99 lojas no País e um faturamento de R$ 580 milhões por ano. O interesse inicial da Saraiva era apenas pelas livrarias, mas acabou tendo de levar o pacote completo. Segundo o diretor-presidente da Saraiva, Marcílio Pousada, a empresa ainda não tem uma definição sobre o futuro da marca Siciliano. “Estamos estudando se vamos manter ou não”, afirma. Alguns selos e títulos também podem ser cortados.
A Saraiva pretende mudar o padrão das lojas Siciliano, mas o investimento mais imediato será no aumento do acervo de livros, que caiu muito nos últimos tempos em função da crise vivida pelo grupo. Por anos, ela ficou no vermelho e acumulou uma dívida, hoje razoavelmente sob controle. A editora vinha perdendo boa parte dos seus grandes escritores. São nomes como Adélia Prado, Lya Luft, Danuza Leão, Raquel de Queiroz e Mario Vargas Llosa. Sobraram bons títulos principalmente na área de negócios.
A venda não foi fácil. Não havia consenso entre a família Siciliano e o fundo de investimentos americano Darby, que comprou 35% da empresa em 1998. “Faltou pouco para não sair. Os acionistas brigaram até o último minuto”, diz uma fonte próxima aos acionistas. “O Osvaldo Júnior (filho de um dos dois fundadores, Osvaldo Siciliano) chegou a tentar uma operação paralela para comprar a parte do Darby e vender mais caro depois. A idéia não durou muito.”
A família queria vender, mas cada um dos sete membros do clã tinha uma opinião sobre o quanto estariam dispostos a receber. O Darby queria se livrar do problema. O fundo deve ter embolsado metade do dinheiro (em dólar) que colocou no grupo há quase dez anos.

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