As humilhações que brasileiros estão sofrendo nos aeroportos da Espanha não é novidade nenhuma para a família de sexagenária que reside em Belém. O blog omite o nome em respeito à sua idade e para não expô-la ainda mais às lembranças do constrangimento que sofreu.
Ela relembra agora que os vexames a que foi submetida aconteceram no início de agosto de 2006, quando tentou realizar o sonho de visitar a filha que, àquela altura, morava havia três anos em Madri, a capital espanhola.
Pois o que era um sonho virou um pesadelo para a idosa paraense. As humilhações por que passou no aeroporto da capital espanhola foram fechadas com chave de ouro - para a polícia madrilenha, é claro - quando a viajante foi deportada do aeroporto mesmo, momentos após ter colocado os pés em território espanhol. E o pior: até hoje, decorrido cerca de um ano e meio do episódio, ninguém, absolutamente ninguém da família sabe por que a viajante foi sumariamente mandada de volta ao Brasil.
A viagem da idosa turista estava sendo programada havia quatro meses pela filha que morava em Madri. Documentos, inclusive passaporte emitido em Belém, estavam todos em ordem. No dia 2 de agosto de 2006, ela chegou à Espanha. Esperavam-na a filha e o genro, que começaram a andar de um lado para o outro do aeroporto, aflitos, quando foram informados de que a senhora, nem bem chegara ao aeroporto, já estava sendo mandada de volta a Belém, sem que as autoridades da Espanha lhe tenha dado a oportunidade de pelo menos falar com os familiares que a aguardavam.
Desprezo e indelicadezas
A filha e o genro da deportada, muito embora insistissem em obter uma explicação para o que acontecera, só receberam desprezo e indelicadeza dos policiais e dos encarregados da segurança do aeroporto.
O jeito seria recorrer à embaixada brasileira em Madri. Pior ainda: lá, disseram ao casal que cada país tem suas leis, que a Espanha tem as suas e, portanto, nada poderiam fazer. Mas os familiares da paraense não estavam querendo contestar lei alguma. Pretendiam saber apenas qual foi o motivo da deportação imediata. E sobre isso nunca souberam até agora, segundo confirmou ontem, ao blog, um filho da sexagenária.
Além de ter sido deportada nas condições em que foi, a pobre mulher ficou sem vários de seus pertences que levou de Belém, inclusive polpas de frutas com as quais ajudaria a filha a matar parte das saudades dos sabores paraenses. Tudo foi recolhido pela segurança do aeroporto.No mesmo vôo da paraense, de volta ao Brasil, vinha outro brasileiro que, segundo afirmou, acabara de passar por humilhação idêntica. Com a diferença de que ficaram até mesmo com o cartão de crédito dele.
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