O post Jornalista esclarece sobre diligência da Polícia Federal tem merecido comentários de vários jornalistas.
A edição de ontem, do Espaço Aberto, acabou abrigando notícias e debates que estimularam os jornalistas a refletir sobre sua profissão, sobre suas falhas, sobre o fato de que não podem e nem sentir-se os donos da verdade e nem os superhomens que pensam ser capazes de sustentar o mundo na ponta dos dedos ou de corrigir um mundo com uma notícia – um “furo”, que seja – que não tem mais do que quatro linhas.
Primeiro, foi o post Veja é condenada a pagar indenização a Eduardo Jorge. Depois, o post “O que é que o jornalista tem que o jornalista não tem?”. E posteriormente, os esclarecimentos do jornalista Ismael Machado acerca de diligência feita pela PF até sua residência.
O blog destaca aqui os trechos de algumas manifestações sobre o caso que envolveu Ismael, porque refletem, ao que parece, um despertar sobre a qualidade, o sentido, as intenções – e pretensões –, sobre banalidades técnicas e sobre as motivações que nos inspiram a nós, jornalistas, no dia-a-dia de nossa profissão. Os trechos de cunho mais pessoal ficam lá na caixa de comentários. Os que interessam a todo mundo, jornalistas ou não - estão aqui:
De Vic Pires Franco
Como deixei um comentário cobrando um tratamento igual para todos, nessas operações da Polícia Federal, tanto por parte da imprensa, como também da própria PF, me sinto no dever de voltar aqui para registrar, como jornalista, os esclarecimentos deixados pelo jornalista Ismael Machado.
Talvez, se ele não tivesse vindo aqui, nós não saberíamos sua identidade e muito menos a sua história e o que de fato aconteceu.
Vic Pires Franco
De Vladimir Cunha
[...] O que mais me chocou foram colegas nossos, jornalistas de veículos impressos e de televisão, te tratando como criminoso antes de te ouvir. Alguns por motivos pessoais outros por não seguirem um preceito básico da profissão: sempre ouvir o outro lado.
Tylon Maués
Faço minhas as palavras do Vlad [...]
De Cléo Soares
[...] Soube do fato pelos jornais, e de que se tratava de você pelo colega Vlad, após me contar, indignado, da forma como não a polícia, mas pessoas como nós, e "falhas", como são os jornalistas, tentaram expor a sua imagem sem provas.
De Orly Bezerra
É brabo ser inocente e ter que se defender de um crime que não cometeu e, muitas vezes, não ser compreendido. A sua posição descrita nesse manifesto-desabafo é bem clara, pra mim esclarecedora.
E como jornalista ele dá o testemunho da incompreensão dos próprios colegas jornalistas. E é exatamente essa situação, Ismael, que muito seres humanos mortais, também inocentes, enfrentam nas suas vidas por muitas acusações injustas, inclusive pela própria imprensa.
Você fez o certo: botou sua cara a tapa para provar a sua inocência.
De Esperança Bessa
A forma como isso tomou certas proporções dentro da redação onde trabalho me chocou, porque nessas horas vemos quem é quem. Vemos quem se incomoda com o bom trabalho feito por jornalistas como vc, e quem parece sempre à espera de algo para descredenciar o caráter de pessoas nas quais costumam dar tapinhas nas costas.
Isso é de se esperar. Alguns jornalistas fazem entre os próprios colegas de profissão aquilo que fazem com qualquer outro: crucificam antes, para dar direito de resposta escondido num canto de uma página qualquer depois. E isso não é jornalismo.
Mas esse povinho é minoria. Observando toda essa proporção desmedida, também percebi que há quem saiba reconhecer o bom jornalista. Vi muitos repórteres e editores elogiando sua postura, mesmo não sendo seus amigos - já que, para nós que fazemos parte do seu círculo de amizades, esse tipo de "defesa" é mais do que natural e óbvia. Afinal, sabemos quem você é.
Só lamento ter percebido que, independente de amizades ou não, não existe uma identidade de classe, não nos reconhecemos como batalhadores de uma mesma causa - o bom jornalismo. Nessa hora em que deveríamos unir forças, parece que é cada um por si. Isso é lastimável.
2 comentários:
Esta seria uma versão das operações navalhas, que muito bem poderia se chamar de "NAVALHA NA PENA".
Com esses comentários fica explícito que:
- O corporativismo existe em todas as prifissões;
- O que os jornalistas querem pra sí, não vale valem para os meros cidadãos, que não tem o poder da imprensa;
- Que só é dolorosa a exposição e a execração pública quando somos vítimas;
- Que faltam a alguns jornalistas o essencial para o exercício da profissão: A procura da verdade!!! Não concorda VIC?
- Que em todas as profissões existem excessões.
Falou, falou, e nçao disse nada. Sim, corporativismo existe em todas as profissões, e também por conta disso o que alguns jornalistas querem pra sí, não vale vale para os outros; mas, toda exposição e execração pública são dolorosas, mesmo quando não somos vítimas; e, que falta a alguns jornalistas o essencial para o exercício da profissão é fato. Mas, generalizar não vale. Assim como comentário de "anônimo", que é igual a vaia de bêbado. Se esconder atrás de um computador para dizer diatribes é confortável, mas também pusilânime. Nem valeria a réplica.
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