Nas eleições de ontem da OAB-PA, que apontaram a lista de seis nomes que aspiram ao desembargo, os números serviram não apenas para definir a votação dos escolhidos, mas para revelar um outro dado: é altíssima a inadimplência na Ordem. Altíssima, repita-se.
É só ter atenção aos dados disponíveis.
A própria Ordem informa que há cerca de 8.500 advogados em todo o Estado do Pará. Só puderam votar aqueles que não estivessem inadimplentes. Até ontem, encerrada a votação, a estimativa é de que pouco mais de 5 mil votaram, ou seja, todos os votantes que estavam adimplentes.
Só para levantar uma hipótese: que tenham votado 5.500 advogados Então cerca de 3 mil não têm passado regularmente na tesouraria da OAB para pagar sua mensalidade. E considere-se, além disso, que em campanhas em entidades de classe, normalmente os candidatos estimulam os filiados a quitar seus débitos para que possam engrossar o colégio eleitoral. Supõe-se, então, que antes das eleições o índice de inadimplência era ainda maior.
Está certo que nem todos os que deixaram de votaram encontram-se em situação de inadimplência. Muitos preferiram mesmo se abster. Mas a abstenção dificilmente empataria com o número de inadimplentes. É o que os números indicam.
De qualquer forma, convém esperar a divulgação mais completa do resultado oficial – votos nulos, em branco e abstenções – para se chegar a uma conta mais exata.
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