Deonísio Silva, autor de 25 livros e doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), tira - ou veste - a fantasia e mostra que a Imprensa atravessa o samba na cobertura do Carnaval 2008. Confira aí embaixo dois trechos de artigo seu que o Observatório da Imprensa pôs no ar hoje:
Os repórteres anunciam mais ou menos assim as suas entrevistadas: "Vamos ouvir o que tem a dizer a atriz Fulana de Tal". A seguir, a câmera fecha sobre uma parte do corpo da mulata, em geral o bumbum, e o repórter anuncia: "E agora vejam esta bela mulata que...". Em geral, a entrevistada – digo, mostrada, porque a ela nada se pergunta e não lhe é dada a oportunidade de dizer nada – é passista de escola de samba.
A falta de leitura, combinada com o domínio insuficiente, já não digo da arte, mas da técnica de escrever, resultou num tipo de escrevente sem lastro cultural algum, vítima fácil de lugares-comuns, alguns dos quais se tornaram bordões imperativos nos portais da internet. Exemplos: "Vote na melhor escola! Veja a sua musa dando um show de sensualidade! Confira o tapa-sexo de apenas 4 cm da Fulana de Tal. Fotos das melhores agachadinhas no Rio e SP. Clique aqui".
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