Na FOLHA DE S.PAULO:
As agências reguladoras gastaram mais de R$ 1 milhão nos cartões de crédito corporativos do governo no ano passado. A maioria dos gastos ocorreu em lojas de material de construção, papelarias, postos de gasolina, supermercados ou por meio de saques em dinheiro. As agências que mais gastaram foram Anvisa (Vigilância Sanitária), com R$ 287,9 mil, e Anatel (Telecomunicações), R$ 243,8 mil.
Na Anatel, mais da metade (55%) dos gastos com cartões se deve a saques em caixas eletrônicos -essas despesas são impossíveis de serem identificadas. Só no escritório do Amazonas foram sacados R$ 63,7 mil ano passado. No total, funcionários da agência sacaram R$ 133,5 mil. Na Anvisa, os saques em dinheiro chegam a 35% do total de gastos e somam R$ 102,3 mil, segundo o Portal da Transparência, da Controladoria Geral da União (CGU).
A principal justificativa das agências para o uso do cartão é que ele é uma ferramenta de trabalho para a fiscalização dos serviços prestados pelas concessionárias, como empresas de telefonia, concessionárias de estradas e distribuidoras de energia. Além disso, os cartões evitam a burocracia e os custos de um processo licitatório para gastos de pequeno valor.
Nem todos os gastos, no entanto, se enquadram exatamente nesse perfil. Em alguns casos, as retiradas em dinheiro são mensais, de valores regulares, o que não caracteriza um gasto excepcional de uma despesa feita em estabelecimento sem máquina de cartão de crédito. Há também funcionários que só usam o cartão para saques em espécie.
Em 2005, as agências reguladoras gastaram R$ 824,5 mil nos cartões corporativos. No ano seguinte, esse valor aumentou 37,9% e chegou a R$ 1,137 milhão. No ano passado, houve novo aumento, de 1,7% em relação a 2006.
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