quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Quase um furo nacional. Quase.

O falecimento, em 23 de dezembro do ano passado, do cardeal dom Aloísio Lorscheider, arcebispo emérito de Aparecida (SP) fez o jornalista José Menezes, experiente editor de Mundo de O LIBERAL, relembrar fato ocorrido na noite de 28 de setembro de 1978. Conta Menezes:

"Naquele dia, o jornal O LIBERAL teria sido o único jornal do Brasil a publicar o inesperado falecimento do papa João Paulo I (o italiano Albino Luciani), cujo papado durou apenas um mês, não fosse o fato de dom Aloísio, então arcebispo de Fortaleza, também ter sofrido um problema cardíaco grave e ter sido internado às pressas para uma cirurgia.
"E porque O LIBERAL estava de plantão, atento ao que acontecia no Vaticano naquele dia, na verdade naquela noite? Tudo porque o Vasco da Gama jogaria no dia seguinte em Belém, com um clube local - não sei se Remo ou Paysandu - e uma equipe da Rádio Globo saíra para conhecer a noite de Belém com uma turma de radialistas da Rádio Liberal, à frente o hoje apresentador da RBA Ronaldo Porto.
"Alta madrugada, saindo da boate Twist, localizada na BR-316, mais ou menos por trás do atual Hospital Metropolitano, os radialistas da Globo desafiaram Ronaldo a sintonizar a Globo AM no rádio de seu carro. Apostaram que ele não conguiria, mas ele conseguiu. E na hora em que estavam dando uma edição extraordinária do noticioso 'O Globo no Ar'.
"Surpreendido com a notícia, Ronaldo Porto telefonou para a casa do jornalista Cláudio de Sá Leal, então diretor de redação de O LIBERAL e este me acionou. Eu era o editor de Internacional. E nós dois, durante a madrugada, prepararamos uma segunda edição com a morte do inesquecível papa.
"O LIBERAL só não deu o furo sozinho porque o jornal O Povo, de Fortaleza, de plantão por causa do estado de saúde de dom Aloísio, também deu a notícia. Jornais do Rio e São Paulo só deram 24 horas depois."

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