sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Mais um inquérito contra Lobão Filho

Na FOLHA DE S.PAULO:

Empresa de Lobão Filho era de fachada, diz ex-sócia
Segundo empresária, Bemar foi criada para regularizar situação fiscal da Itumar; novo inquérito foi aberto pelo Ministério Público

O suplente de senador Edison Lobão Filho (DEM-MA) criou a Bemar Distribuidora de Bebidas como empresa de fachada da Itumar Distribuidora de Bebidas, afirma a empresária Maria Luiza Thiago de Almeida, 55, em depoimento à Polícia Civil em 2006.
Maria Luiza foi sócia de Lobão Filho na Bemar de 1996 (data da criação da empresa) a 1998, quando ele deixou a sociedade. A criação da Bemar "foi sugerida", segundo Maria Luiza, pelo seu ex-marido, Marco Antônio Costa, 56, que administra a Itumar.
Lobão Filho disse nesta semana que Costa era "seu verdadeiro sócio" na Bemar. Após se separar de Costa, em 2002, Maria Luiza o acionou na Justiça para obter parte dos bens que atribui pertencer ao ex-marido. Na partilha dos bens, Costa disse, conforme Maria Luiza, que ela não teria nada a receber em função de os bens não estarem no nome dele. Ainda segundo ela, a Bemar foi criada porque Costa temia que a Itumar "viesse a falir por problemas fiscais".
"A Bemar ficou sem comprar ou vender coisa alguma (...), entretanto tinha uma extensa movimentação financeira que era dinheiro oriundo da Itumar. Que, então, as duas empresas funcionavam como se fosse [sic] uma só", disse ela.
"Que, a partir daí, descobriu que as empresas Bemar, Itumar, Ventura e Marco Atacado tinham na verdade o mesmo endereço, sendo todas de fachada do grupo Itumar."
O Ministério Público do Maranhão investiga a Itumar por suposta sonegação de R$ 42 milhões em impostos desde 2000. Lobão Filho nega que tenha ligação com a Itumar e que tenham ocorrido fraudes na Bemar, quando esteve na empresa. Procurada ontem, a assessoria de Lobão Filho disse que ele está em viagem e que no início da próxima semana apresentará documentos.
O depoimento de Maria Luiza foi anexado ao novo inquérito aberto anteontem pelo promotor de Justiça de São Luís José Osmar Alves, para investigar a Itumar. O promotor também determinou que a Secretaria de Fazenda do Maranhão faça uma auditoria fiscal na Bemar. Ele deverá pedir a quebra de sigilo bancário dessa empresa (hoje inativa) e da Itumar.
As declarações de Maria Luiza em 2006 ocorreram em um dos inquéritos abertos para apurar suposta fraude fiscal da Itumar. Em 1998, Lobão Filho transferiu suas ações da Bemar para a empregada doméstica Maria Lúcia Martins, 40, que trabalhava na casa de Luiza.
Outra parte das ações foi para Ana Maria dos Santos, sogra de Marco Aurélio, irmão de Costa. As assinaturas de Maria Lúcia e Ana Maria foram falsificadas na transferência das ações na Junta Comercial, diz laudo da PF. Lobão Filho diz que a responsabilidade pela transferência das cotas para Maria Lúcia é de Costa. Segundo Maria Luiza, Lobão Filho injetou na Bemar "em torno de R$ 500 mil em dinheiro e R$ 250 mil em equipamentos".

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