O Tribunal Regional Eleitoral do Pará desperdiçou hoje de manhã a grande oportunidade de entrar - positivamente - para a História.
Se tudo corresse como deveria correr, seria o primeiro tribunal de todo o País a decretar a perda de mandato por infidelidade, conforme resolução do TSE que o Supremo confirmou não faz muito tempo.
Discutia-se ação ajuizada pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN), que pretende recuperar o mandato de seu filiado Wilson Ferreira da Silva, eleito vereador de Curionópolis e atualmente filiado ao PMDB.
Mas o advogado do infiel alegou que havia um vício de representação. Isso porque a presidente do Diretório Municipal do PMN de Curionópolis passou para o advogado do partido uma procuração em nome pessoal dela, e não na condição de presidente da legenda.
O relator do processo discordou do advogado. Admitiu que o problema detectado na procuração era vício inteiramente sanável, porque outros documentos constantes dos autos indicam claramente que a outorgante da procuração é, de fato, presidente do PMN de Curionópolis.
O pleno acolheu as alegações do advogado do infiel e entendeu que o julgamento só poderá continuar depois de ser corrigido o vício. O caso será discutido novamente em sessão marcada para 22 de janeiro do próximo ano.
Mas o curioso - para não dizer ridículo - dessa história toda é a situação do vereador tido como infiel.
Wilson Ferreira da Silva se elegeu pelo PMN, que então era coligado ao PSDB em Curionópolis. Ambos os partidos faziam oposição ao PMDB do prefeito do município, Sebastião Curió - ele mesmo. Até que Wilson mandou às favas suas coerências - se é que ele as tinha - e foi pousar no mesmo ninho que Curió.
O vereador tido como infiel nem pode alegar em seu favor que largou o PMN porque este passou a apoiar Sebastião Curió. Isso porque o infiel fez mais: deixou seu partido, que já apoiava o prefeito de Curionópolis, e preferiu aderir ao próprio PMDB de Curió.
Quer conhecer um vereador infiel? Conheça o vereador Wilson Ferreira da Silva.
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