domingo, 9 de dezembro de 2007

O esperto depende do otário


No AMAZÔNIA JORNAL:
Jogatina ilegal corre solta no comércio

Contravenção pode mascarar lavagem de dinheiro e sonegação

“Só existe o esperto porque existe o otário”. A frase é do delegado Waldir Freire, diretor da Seccional do Comércio, área onde jogos de azar, como o carteado (com baralho) e o bozó (com dados), já fazem parte da tradição, principalmente entre os feirantes do Ver-o-Peso. O delegado usou o dito popular para explicar a principal dificuldade que a polícia enfrenta na prevenção a essas práticas ilícitas que são os tipos de contravenção penal mais freqüentes naquela área.
“Nos jogos de azar, as vítimas sabem que estão ali participando porque querem, é da vontade delas estar ali jogando. Por isso, quando são enganadas, dificilmente procuram a polícia para denunciar. Quando o povo diz que ‘só existe esperto porque existe o otário’ quer dizer exatamente isso: se as vítimas não concordassem em participar, não haveria jogo de azar em nenhum lugar do mundo. Mas sabemos que em algumas áreas isso já se faz parte até das tradições. Isso ocorre muito no Ver-o-Peso, por exemplo, onde essas práticas são consideradas como passatempo para os feirantes e barqueiros”, diz Freire.

Além da conivência das vítimas, a Lei Federal nº 9.099, publicada em 1996, acabou 'abrandando' a punição para essas práticas. 'Essa lei fez com que as contravenções penais fossem consideradas como práticas ‘de baixo potencial ofensivo’ à sociedade, por entender que as polícias e o Judiciário têm assuntos mais graves para se ocupar. Com isso, a pessoa que é pega praticando jogo de azar não vai presa em flagrante. Ela é apenas detida e submetida a um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Em seguida, é liberada para responder em liberdade', explicou Freire.


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