terça-feira, 18 de dezembro de 2007

"Aqui não é a Câmara dos Deputados"

O caldo quase entorna - ou entornou mesmo? - no interrogatório de hoje, a que o deputado federal Paulo Rocha (PT-PA) foi submetido na 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília. Leia aqui o que o Blog do Noblat conta:

Acabou em rolo, e rolo feio, o interrogatório na 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, do deputado Paulo Rocha (PT-PA), um dos 40 acusados do Caso do Mensalão.

Em certo momento, o procurador da República José Alfredo de Paula Silva, representante do Ministério Público, perguntou a Rocha se ele não achara estranho o fato de um publicitário, no caso o mineiro Marcos Valério, ter repassado dinheiro para que o PT do Pará pagasse dívidas de campanha.

- Quem está dizendo isso é você - respondeu, nervoso, Rocha, e pôs o dedo indicador da mão direita na frente do rosto do procurador.

- O senhor não me aponte o dedo. Isso aqui não é a Câmara dos Deputados - retrucou o procurador em voz alta.
Os dois estavam sentados frente a frente.
Aí foi a vez da juíza Maria de Fátima Costa, titular da Vara, intervir aos berros:
- O senhor não vai bagunçar a minha audiência. Aqui não é a Câmara dos Deputados. Você chegou aqui com uma carinha de coitadinho, de humildizinho, que veio do Pará ou não sei lá de onde. Mas aqui o senhor não manda. Fique quieto e responda às perguntas.

O advogado de Rocha pediu desculpas à juíza e ao procurador.
Rocha foi o quinto e último deputado a ser ouvido em Brasília sobre o pagamento de propinas a parlamentares para que em 2005 votassem na Câmara a favor de projetos do governo.

Ele era líder do PT quando estourou o escândalo. Renunciou ao mandato para escapar de ser cassado. Reelegeu-se no ano passado.

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