O que ele diz no curso de toda a entrevista é um espanto.
Um verdadeiro espanto.
Suas respostas são as mais estapafúrdias possíveis e se assentam na medida para esclarecer as situações mais implausíveis.
Flávio Bolsonaro parece pensar que todos nós, ao mesmo tempo, somos idiotas e acreditamos, sem tugir nem mugir, no que ele diz.
O senador é evasivo, inconvincente, contraditório e dicotômico.
É dicotômico porque bifurca-se entre a necessidade de justificar fatos clamorosos que têm brotado das investigações policiais e do Ministério Público sobre sua vida como parlamentar e empresário, ao mesmo tempo em que tenta, sem êxito, explicar contradições flagrantes entre o discurso utilizado pelo bolsonarismo para chegar ao poder e situações presentes.
Um exemplo é a Lava Jato.
"Aras tem feito um trabalho de fazer com que a lei valha para todos. Embora não ache que a Lava Jato seja esse corpo homogêneo, considero que pontualmente algumas pessoas ali têm interesse político ou financeiro", diz o Zero Um.
Esse é o bolsonarista que em passado recente, para não dizer recentíssimo, achava que a Lava Jato veio para refundar o Brasil e expurgá-lo dos corruptos, entre os quais inclui, é claro, esquerdopatas, petistas e afins.
Agora, esse mesmo bolsonarista, defensor intrépido de procurador-geral da República, Augusto Aras, aquele para quem a Lava Jato não passa de uma caixa preta dentro do MPF, pois esse mesmo bolsonarista acha que interesses políticos ou financeiros inspiram - ou impulsionam - investigações.
Acredite quem quiser em Flávio Bolsonaro.
Inconvincente, ele vai criando seus mundos paralelos e se mostra convicto de que esses mundos são reais.
Igualzinho ao pai.
Igualzinho aos outros Zeros.
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