segunda-feira, 8 de junho de 2020

Ditadura é torturar a realidade, a verdade, os números. Como está fazendo o Ministério da Saúde de Bolsonaro.

Bolsonaro, o triste ditador que não manda em ninguém | Plural

Vocês acham que estamos nos esplendores do nosso regime democrático?

Vocês insistem que Bolsonaro é a quintessência do líder democrata?

Acham que ele, quando diz zelar pela democracia, está dizendo a verdade?

Acham que Bolsonaro, quando o chamam de fascista, fica ofendido porque nunca, jamais, em tempo algum sonhou em violar a Constituição?

Quando fala de torturadores como se estivesse falando de grandes heróis, vocês acham que ele apenas “emite uma opinião”?

Pois é.

Vejam mais este episódio, sobre a confusão, a bagunça que o Ministério da Saúde está fazendo acerca dos números diários referentes ao coronavírus.

Quando tenta esconder os números, Bolsonaro exibe seu perfil fascista.

Quando tenta escondê-los, mal consegue disfarçar que sonha fazer o que a ditadura – do qual ele e muitos de seus fanáticos seguidores mostram-se saudosos – fez de maneira escandalosa, ao proibir a divulgação sobre os números da epidemia de meningite que assolou o Brasil, na década de 1980.

Ditadura é isso, gente.

Ditadura é jogar os podres para baixo do tapete.

É atirá-los latrina abaixo, como se jamais tivessem existido.

Ditadura é torturar a verdade.

É torturar a realidade.

É torturar os números.

Ditadura é criar realidades paralelas, que se afeiçoem aos desejos do ditador de plantão.

Ditadura é debochar de vidas humanas.

É menosprezá-las.

Ditaduras são horrorosas, cruéis, terríveis, atrozes.

Tanto as de esquerda como as de direita, deveríamos todos odiar as ditaduras.

Bolsonaro diz odiar as ditaduras de esquerda.

Mas acha que as de direitas são assépticas, toleráveis e capazes até de produzir torturadores heróis, como aqueles que ele homenageia.

Não são.

Ditaduras de direita também são podres.

Mas Bolsonaro e os fanáticos que o seguem acham que não.

Um comentário:

AHT disse...

Renúncia: dois ex-presidentes, duas decisões antagônicas

# “Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História” - Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil. Acuado por denúncias e a aconselhado a renunciar, Vargas se tornou o primeiro presidente do Brasil a se suicidar durante o cargo – preferindo morrer a fazer as concessões que lhe eram exigidas. Com o suicídio, ocorrido em 24 de agosto de 1954, sua figura se tornou mitológica.

# "Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou indivíduos, inclusive, do exterior. Forças terríveis levantam-se contra mim, e me intrigam ou infamam, até com a desculpa da colaboração. Se permanecesse, não manteria a confiança e a tranquilidade, ora quebradas, e indispensáveis ao exercício da minha autoridade. Creio mesmo, que não manteria a própria paz pública. Encerro, assim, com o pensamento voltado para a nossa gente, para os estudantes e para os operários, para a grande família do País, esta página de minha vida e da vida nacional. A mim, não falta a coragem da renúncia." - Jãnio Quadros, ex-presidente do Brasil, que renunciou em 25 de agosto de 1961, justamente no Dia do Soldado.