quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Instituto Paulo Martins divulga vencedores de concurso

Equipe do Instituto Paulo Martins e vencedores do concurso 400 anos de alimentação em Belém
O Instituto Paulo Martins premiou na terça-feira (12), na própria sede, os trabalhos selecionados no concurso “400 anos de alimentação em Belém” promovido pela entidade com o objetivo de estimular a pesquisa sobre a alimentação e ingredientes consumidos na capital ao longo de sua história. O concurso faz parte das ações do Instituto voltadas para o Festival Ver-o-Peso da Cozinha Paraense que, em 2016, irá homenagear os 400 anos da capital paraense. O edital foi lançado no dia 09 de setembro e as inscrições encerraram em 09 de dezembro. O primeiro lugar recebeu a quantia de R$ 3.000,00 (três mil reais) em dinheiro. Já o segundo e terceiro lugares receberam a quantia de R$ 1.500,00 (hum mil reais) em dinheiro cada um.
O 1º lugar ficou com Fabrício Herbert da Silva, natural de Suzano (SP) e que atualmente mora em Itaquaquecetuba (SP). Fabrício é estudante da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e inscreveu o trabalho “Uma receita da Belle-époque. O Receituário da Mãe de Família e os hábitos alimentares da população de Belém entre 1897 e 1900”. O trabalho aborda os hábitos e práticas alimentares da classe mais abastada da população de Belém a partir da publicação de receitas culinárias na coluna “Receituário da Mãe de Família” do Jornal A Província do Pará entre os anos de 1897 e 1900. A publicação de receitas diversificadas na coluna popularizou o saber culinário. As recomendações e dicas tinham como objetivo auxiliar as esposas, mães e donas de casa nas atividades e administração do lar. Por outro lado, as receitas culinárias abordavam as experiências gastronômicas das famílias abastadas e suas tentativas de modificar os cardápios e a substituição dos ingredientes locais pelos da cozinha europeia. As receitas sugeriam, por exemplo, que o pirarucu fosse feito com molho de coco ou desfiado com ovos e ainda ensinavam a fazer doces com o pastel de nata.
O 2º lugar ficou com Hellen Christina de Almeida Kato, moradora de Palmas (TO) e estudante da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. Hellen inscreveu o trabalho “Aldeia dos Tupinambás, Santa Maria do Grão Pará, Belém: 400 anos de saberes e sabores”. Um dos destaques da pesquisa diz respeito aos hábitos alimentares dos índios Tupinambás, que estão entre os primeiros habitantes da Amazônia. Os Tupinambás plantavam milho, mandioca, batata doce, taioba (folha rica em amido e vitamina A usada na alimentação humana e animal), cará, jerimum, feijões e pimenta. Os indígenas se dedicavam ainda à caça, pesca e criação de tartarugas. De acordo com o trabalho de pesquisa, além da variedade de plantios, a natureza havia presenteado as terras Tupinambás com uma grande variedade de frutos como cajus, araticu, cupuaçu, araçá, piquiá, cumaru, urucum e ingá os quais os indígenas transformavam em deliciosos vinhos.
O 3º lugar ficou com a paraense Wilma Marques Leitão, autora do trabalho “Patrimônio culinário e economia regional no mercado do Ver-o-Peso”. Wilma mora em Belém e é formada pela Universidade do Rio de Janeiro. Sua pesquisa aborda como a venda de produtos típicos da culinária paraense, sejam os pratos consumidos no mercado, ou os ingredientes vendidos para a sua preparação, movimenta extensas redes de comercialização no entorno de Belém, identificando os circuitos regionais de produtos e a importância do próprio mercado no contexto da região. As informações levantadas constataram o importante papel desempenhado pelo mercado do Ver-o-Peso como centro de redistribuição para outras feiras da cidade, supermercados e até feiras de outras localidades do Pará, mas sua área de influência se estende pelo estuário e pelas localidades do rio Guamá e do interior.
Três profissionais integraram a banca de avaliação dos trabalhos: a chef de cozinha Ilca do Carmo, proprietária do restaurante Santa Chicória; o historiador e professor da Universidade Federal do Pará, Aldrin Moura de Figueiredo; e o jornalista especializado em gastronomia Fernando Jares Martins.


Fonte: Assessoria de Imprensa

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