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Equipe do Instituto Paulo Martins e vencedores do concurso 400 anos de alimentação em Belém |
O Instituto Paulo Martins premiou na terça-feira
(12), na própria sede, os trabalhos selecionados no concurso “400 anos de
alimentação em Belém” promovido pela entidade com o objetivo de estimular a
pesquisa sobre a alimentação e ingredientes consumidos na capital ao longo de
sua história. O concurso faz parte das ações do Instituto voltadas para o
Festival Ver-o-Peso da Cozinha Paraense que, em 2016, irá homenagear os 400
anos da capital paraense. O edital foi lançado no dia 09 de setembro e as
inscrições encerraram em 09 de dezembro. O primeiro lugar recebeu a quantia de
R$ 3.000,00 (três mil reais) em dinheiro. Já o segundo e terceiro lugares
receberam a quantia de R$ 1.500,00 (hum mil reais) em dinheiro cada um.
O
1º lugar ficou com Fabrício Herbert da
Silva, natural de Suzano (SP) e que atualmente mora em Itaquaquecetuba (SP).
Fabrício é estudante da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP)
e inscreveu o trabalho “Uma receita da Belle-époque. O Receituário da Mãe de
Família e os hábitos alimentares da população de Belém entre 1897 e 1900”. O trabalho aborda os
hábitos e práticas alimentares da classe mais abastada da população de Belém a
partir da publicação de receitas culinárias na coluna “Receituário da Mãe de
Família” do Jornal A Província do Pará entre os anos de 1897 e 1900. A publicação de
receitas diversificadas na coluna popularizou o saber culinário. As
recomendações e dicas tinham como objetivo auxiliar as esposas, mães e donas de
casa nas atividades e administração do lar. Por outro lado, as receitas
culinárias abordavam as experiências gastronômicas das famílias abastadas e
suas tentativas de modificar os cardápios e a substituição dos ingredientes
locais pelos da cozinha europeia. As receitas sugeriam, por exemplo, que o
pirarucu fosse feito com molho de coco ou desfiado com ovos e ainda ensinavam a
fazer doces com o pastel de nata.
O
2º lugar ficou com Hellen Christina de
Almeida Kato, moradora de Palmas (TO) e estudante da Universidade Anhembi
Morumbi, em São
Paulo. Hellen inscreveu o trabalho “Aldeia dos Tupinambás, Santa
Maria do Grão Pará, Belém: 400 anos de saberes e sabores”. Um dos destaques da
pesquisa diz respeito aos hábitos alimentares dos índios Tupinambás, que estão
entre os primeiros habitantes da Amazônia. Os Tupinambás plantavam milho,
mandioca, batata doce, taioba (folha rica em amido e vitamina A usada na
alimentação humana e animal), cará, jerimum, feijões e pimenta. Os indígenas se
dedicavam ainda à caça, pesca e criação de tartarugas. De acordo com o trabalho
de pesquisa, além da variedade de plantios, a natureza havia presenteado as
terras Tupinambás com uma grande variedade de frutos como cajus, araticu,
cupuaçu, araçá, piquiá, cumaru, urucum e ingá os quais os indígenas
transformavam em deliciosos vinhos.
O
3º lugar ficou com a paraense Wilma Marques
Leitão, autora do trabalho “Patrimônio culinário e economia regional no mercado
do Ver-o-Peso”. Wilma mora em Belém e é formada pela Universidade do Rio de
Janeiro. Sua pesquisa aborda como a venda de produtos típicos da culinária
paraense, sejam os pratos consumidos no mercado, ou os ingredientes vendidos
para a sua preparação, movimenta extensas redes de comercialização no entorno
de Belém, identificando os circuitos regionais de produtos e a importância do
próprio mercado no contexto da região. As informações levantadas constataram o
importante papel desempenhado pelo mercado do Ver-o-Peso como centro de
redistribuição para outras feiras da cidade, supermercados e até feiras de
outras localidades do Pará, mas sua área de influência se estende pelo estuário
e pelas localidades do rio Guamá e do interior.
Três profissionais integraram a banca de
avaliação dos trabalhos: a chef de cozinha Ilca do Carmo, proprietária do
restaurante Santa Chicória; o historiador e professor da Universidade Federal do Pará,
Aldrin Moura de Figueiredo; e o jornalista especializado em gastronomia
Fernando Jares Martins.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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