Como era esperado, o pau quebrou, o malho comeu solto ontem, nas imediações da Prefeitura de Belém, durante protestos pela redução de tarifas ou mesmo pelo passe livre nos transportes coletivos da Região Metropolitana de Belém.
Quando o pau quebrou e o confronto com os manifestantes se estabeleceu, a Guarda Municipal e a Polícia Militar não hesitaram em lançar mão de bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha para desestimular investidas contra o Palácio Antônio Lemos, sede da Prefeitura de Belém.
Agora, olhem só.
É óbvio, é de uma obviedade ululante, para lembrar expressão do Velho Nelson, que o transporte coletivo em Belém e região metropolitana é uma porcaria, é um nojo, é um acinte ao usuário, sobretudo à população de baixa renda.
Então, meus caros, qualquer R$ 0,20 a mais, qualquer R$ 0,20 a menos faz uma diferença danada - e como! - no bolso de milhares de pessoas que são obrigadas a trançar por Belém em ônibus sujos, caindo aos pedaços, quase imprestáveis e que se esmeram, frequentemente, em queimar paradas, deixando na mão os usuários que se põem à espera nos pontos.
Aliás, foi por causa de meros, de ínfimos, de imperceptíveis R$ 0,20 que começaram as manifestações de junho em centenas de cidades brasileiras.
Por que não, portanto, rever as tarifas?
Por que não passar a lupa sobre as planilhas que embasam os aumentos?
É oportuna, nesse sentido, a formação de um grupo integrado por representantes da Prefeitura Municipal de Belém, Ministério Público, Dieese, Tribunal de Contas do Município e Defensoria Pública, que vão trabalhar na auditoria da planilha de passagem de ônibus na Capital.
Em até 30 dias, segundo se informa, o grupo técnico deverá analisar o cálculo tarifário e propor de onde podem vir reduções nos valores, se houver esta possibilidade.
Tomara que a possibilidade se confirme.
Tomara.
Um comentário:
Só engravatados.
E por quê não, também, um pacato cidadão manifestante pra acompanhar?
Afinal, os usuários são os maiores interessados.
Seria extremamente salutar.
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