O encontro do deputado Márcio Miranda (DEM) com parlamentares petistas na sede do próprio PT, na última segunda-feira, pode até não ter virado o jogo em favor do democrata, que concorre à presidência da Assembleia Legislativa com o apoio do governo tucano, mas deixa as portas abertas, senão escancaradas, para uma chapa de consenso.
Para começar, a presença pessoal de um parlamentar do DEM na arena do PT representa, guardadas as proporções amazônicas e oceânicas, mais ou menos como uma espécie de queda do muro de Berlim que sempre separou as duas legendas.
"A vinda de um deputado do Democratas à sede do nosso partido foi, sem dúvida, histórica. Foi a primeira vez que isso aconteceu. E revela que as nossas relações políticas no plano institucional são diferentes daquelas que travamos no campo partidário. Foi uma honra receber o deputado Márcio Miranda e vamos, agora, continuar processando o debate político", disse ao Espaço Aberto o líder do PT na Assembleia, deputado Carlos Bordalo, que participou do encontro juntamente com seus companheiros de bancada Alfredo Costa e José Maria (os demais não estiveram presentes porque estão viajando).
Bordalo foi muito claro quanto à receptividade dos petistas à candidatura de Miranda a presidente do Legislativo estadual. "Ele nos apresentou um programa para sua gestão. E não vemos, até aqui, nenhum problema em assumir, em aderir a esse programa, que defende pontos que nós defendemos, como a transparência maior do Legislativo, investimentos em tecnologia e o aperfeiçoamento do nosso Regimento Interno, que é muito arcaico", disse Bordalo.
O líder petista deixou claro que, no momento, o PT mantém o compromisso de continuar apoiando a candidatura do peemedebista Martinho Carmona, mas sinalizou que o seguimento do que ele chama de "debate político" pode levar a um consenso.
"Temos um pré-acordo para apoiar o deputado Carmona e continuamos a apoiá-lo. Mas não temos preconceito, nem veto ao deputado Márcio Miranda. Se os entendimentos evoluírem no sentido de uma pactuação que resulte numa chapa única, não teremos problemas de emprestar apoio ao deputado Márcio Miranda", afirmou Bordalo.
O PT marcou para terça-feira da próxima semana uma reunião em que será definido se continuará apoiando o peemedebista Martinho Carmona ou se vai aderir a uma eventual chapa única.
2 comentários:
O habilidoso Jatene neutraliza justamente o que seu governo mais precisa: uma boa oposição. Depois disso é apenas o TÉDIO da reeleição. O Pará parece que nunca cumprirá a sua vocação de Grande Rio e se transforma, célere, em mais uma vala comum. Melancólico.
Será que o PT do Pará vai tomar vergonha algum dia e voltar a ser oposição?
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