Paulo Heineck é um dos maiorais da Democracia Socialista (DS), tendência minoritária do PT.
Uma tendência inexpressiva.
Uma tendência que reúne poucos petistas.
Entre esses poucos, a maioria é inexpressiva em termos eleitorais e em termos de influência junto a outros círculos do partido.
Mas a DS, no Pará, saiu do nadir, saiu do abismo para alcançar o topo quando Ana Júlia Carepa, uma de suas integrantes, elegeu-se governadora, em 2006.
Quem esteve por trás de toda a campanha de 2006?
Paulo Heineck.
Membro da cúpula da DS nacional, Heineck é o lugar-tenente de Joaquim Soriano, o cara dos caras dentro da própria Democracia Socialista.
A influência de Heineck, todavia, não começou propriamente na campanha eleitoral. Sua origem provém de um pouco antes, dos tempos em que ele foi destacado, ainda no início de 2006, para assessorar, no Senado Federal, a então senadora Ana Júlia.
O próprio Joaquim Soriano, uma espécie de mentor e guru político da DS local, foi quem indicou Heineck para entrar na parada, para assessorar Ana Júlia.
Naquele momento, havia uma decisão - branca - de esvaziar as funções de Joanna Pessoa e de retirá-la do centro das decisões.
Joanna Pessoa?
É.
A doutora Joanna Pessoa, atual presidente do Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.
Joanna com dois enes. É como está grafado nas notícias disponíveis no site do Hangar.
Outras Joanas têm, vocês sabem, um ene.
A do Hangar tem dois.
Pois é.
Àquela altura, Joanna era a pessoa de quem mais se falava na CPI da Biopirataria.
Num relatório parcial, ela aparecia como acusada de integrar um esquema de emissão de salvos-condutos para extração ilegal de madeira, destinados a empresários, em troca de dinheiro para campanhas de candidatos do PT nas últimas eleições municipais no município de Anapu, aquele mesmo, onde abateram a irmão Dorothy Stang.
Mas, afinal, como isso tudo acabou?
Acabou que o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Biopirataria, deputado Sarney Filho (PV-MA), retirou de seu relatório final todas as referências ao suposto envolvimento da senadora Ana Julia Carepa (PT-PA) e de Joanna Pessoa com irregularidades de extração de madeira ilegal no Pará.
Simples assim?
Nem tanto.
Foi preciso muito negociação.
Houve muitas conversas.
Muitas articulações.
Paulo Heineck teve participação ativa para, digamos, deixar tudo como dantes nos quartéis d'Abrantes.
Ponto pra ele.
Ponto para o Heineck.
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