terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Asdrúbal e Hilberto Figueiredo: iguais, mas nem tanto

Transparência é bom e todo mundo gosta.
Em qualquer circunstância, a transparência é saudável.
Seja nas relações privadas, seja no âmbito do serviço público, a transparência é saudável.
Com um detalhe: no serviço público, a transparência não é uma faculdade de quem quer que seja.
É uma imposição.
Mais ou menos, é como aquela velha – velhíssima – máxima, que continua sendo sempre atual: o servidor público, do primeiro ao último escalão, deve ser como a mulher de César. Além de ser honesto, precisa parecer honesto.
O governador eleito, Simão Jatene tem se empenhado na indicação de fichas limpas para o seu governo.
Ótimo.
Tem procurado formar uma equipe cujos integrantes não estejam expostos a denúncias e suspeitas de qualquer ordem.
Ótimo.
Fiel a esse estilo, a essa conduta, o governador descartou uma escolha que já estava certa, a do coronel Hilberto Figueiredo para o comando-geral do Corpo de Bombeiros.
O descarte foi consumado quando Jatene soube que o coronel responde a processo por desvio de dinheiro da corporação.
Ótimo. Jatene apoiado.
Mas olhem só.
Vejam o caso do deputado federal reeleito Asdrúbal Bentes (PMDB-PA).
Elei foi anunciado ontem pelo governador eleito, Simão Jatene, para ser o titular da Secretaria de Pesca e Aquicultura (Sepaq) do futuro governo.
O deputado é réu na Ação Penal 481, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que tem foro privilegiado.
A ação é decorrente de denúncia ajuizada em dezembro de 2007 pela Procuradoria-Geral da República, que acusa Asdrúbal de oferecer laqueaduras de trompas em troca de votos nas eleições municipais de 2004.
Ele está sendo processado por crime eleitoral, estelionato, formação de quadrilha e de realizar esterilização cirúrgica em desacordo com a legislação, tudo de forma continuada e em concurso material.
No momento, o relator do caso é o ministro Dias Toffoli.
Antes dele, a relatoria coube ao ministro Carlos Alberto Menezes Direito, que já faleceu.
Ao receber a denúncia, Direito disse que ela apresentava indícios “robustos” e “abundantes” de cometimento de crime.
“Os elementos fático-probatórios constantes desses autos até o presente momento indicam a materialidade dos crimes e descrevem suficientemente o possível envolvimento do ora denunciado no crime de corrupção eleitoral em todas as suas fases”, disse o ministro.
E o deputado?
Desde que foi alvo da acusação, ele a tem rebatido com veemência.
A questão é: quais os critérios que levaram o governador Simão Jatene a descartar Hilberto Figueiredo, mas aceitar a indicação de Asdrúbal, ambos processados?
O governador eleito pode explicar quais os critérios para descartar um, mas aproveitar o outro?

4 comentários:

Anônimo disse...

Jatene está confundindo oceano Atlantico com a floresta Amazônica.
Convida um advogado especialista em Direito Fundiario para a secretaria de Pesca. O que dirá o pessoal da UFRA? Grande estimulo ao curso de engenharia de pesca, não? As colonias de pesca o que dizem?

Jatene deve reformar sua decisão.

Anônimo disse...

Grande blogueiro e jornalista profissional, acompanhando o que vem ocorrendo nas nomeações do governador eleito Simão Jatene, fico aqui perguntando:
1- Por que tantas secretarias para o PMDB? Sabemos que Jatene não foi eleito com o apoio do PMDB, isso o resultado final da eleição mostra claramente.
2- Por que tanta briga nos bastidores pela Secretaria de Transportes? Sabemos que aquela secretaria tem maior verba de investimento (obras) no estado.
3- Onde andam os secretários de infraestrutura do Jatene do governo anterior? Por que tanta rejeição do governador com relação a eles uma vez que até a presente data não foram cogitados a cargos.
4- Por que chamar Ademir Andrade, velho conhecido entre nós paraenses e oferecer uma secretaria pra ele que foi condenado por improbidade pela a juíza federal da 2ª Vara Hind Ghassan Kayath na sua sentença suspensão dos direitos políticos por três anos, pagamento de multa civil no montante de R$ 20 mil e proibição de contratar com o poder público e receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios pelo prazo de três anos.
5- Por que o Jatene está fazendo tudo isso?
6- Por que tanta intimidade do governador com Jader Barbalho (ficha suja) liberando secretarias importantes para o seu partido com indicações do próprio Jader(ficha suja) já ele Simão Jatene tem se empenhado na indicação de fichas limpas para seu governo?

Anônimo disse...

O blogueiro nao sabera responder, so o proprio Jatene e seu cumpadi, senhor JB.

Anônimo disse...

Eu também tenho uma pergunta ao amigo jornalista: Por que Jatene quer ir de encontro a decisão popular da eleição passada que não elegeu o sr. Luis Otavio para deputado federal, a sra.Tete para deputada estadual e o filho do candidat Juvenil? Assim sendo melhor seria votarmos somente no governador e após o resultado das urnas esperar a nomeação de nossos representantes na esfera federal e estadual feita pelo própio governador eleito.