quinta-feira, 14 de outubro de 2010

“Não apoiaremos nenhum dos dois candidatos”, decide PSOL

A Executiva Estadual do PSOL aprovou, à unanimidade, resolução que formaliza a decisão do partido de não apoiar nem Simão Jatene (PSDB), nem Ana Júlia Carepa (PT), os candidatos ao governo do Pará na eleição em segundo turno, no dia 31 deste mês.
“Não apoiaremos nenhum dos dois candidatos e avisamos que qualquer que seja o próximo governo, o PSOL seguirá construindo em conjunto com os movimentos sociais um forte movimento de oposição de esquerda e programático, defendendo de maneira firme e decidida os trabalhadores e trabalhadoras de nosso estado e do Brasil, rumo à construção de uma sociedade livre da tirania imposta pelo capital”, diz o PSOL.
Abaixo, a resolução do partido.

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SOBRE ELEIÇÕES 2010 E SEGUNDO TURNO

O Partido Socialismo e Liberdade - Pará (PSOL-PA) sai das eleições de 2010 com duas importantes vitórias: uma eleitoral e outra política. Conseguimos eleger Marinor Brito ao Senado Federal com mais de 727 mil votos. Elegemos ainda Edmilson Rodrigues com mais de 85 mil votos (o deputado estadual mais bem votado da história do Pará). E tivemos mais de 107 mil votos para Fernando Carneiro governador (o terceiro mais bem votado do PSOL nacional em números absolutos e o segundo em termos percentuais). O povo do Pará deu uma inequívoca demonstração de apoio ao projeto socialista do PSOL, e nossos parlamentares e dirigentes saberão honrar esse compromisso, seja no parlamento seja na luta direta do povo. Ao povo do Pará, nosso agradecimento sincero.
Mas além da vitória eleitoral o PSOL comemora uma inquestionável vitória política. Obtivemos votos em todos os 144 municípios do estado, confirmando que nossa presença se fortalece em todo o Pará. Ademais fizemos uma campanha acertada do ponto de vista programático e ideológico. Demonstramos com firmeza e serenidade que havia apenas dois projetos em disputa: um representado pelos candidatos do PSDB, do PT e do PMDB que, a despeito de diferenças pontuais, tem a mesma matriz neoliberal. E outro, representado pelo PSOL que defende a participação e o protagonismo popular, que defende a vida e a floresta e que enfrenta a lógica capitalista que a tudo transforma em mercadoria.
O PSOL paraense, a exemplo do PSOL nacional, sai das eleições reconhecido como alternativa socialista e de esquerda. Sai respeitado pelo povo e com a militância experimentando um profundo sentimento de vitória. Não recebemos apoio de empresários ou capitalistas. O segredo de nossa vitória está na incansável disposição voluntária de nossa bela militância, que venceu todos os desafios impostos por uma disputa marcada pelas campanhas milionárias. Igualmente, nosso resultado deve ser creditado ao trabalho de todos os nossos candidatos e candidatas que souberam superar uma série de dificuldades para levar mais longe a proposta de mudança encarnada pelo PSOL.
O povo quis mudar, mas sabemos que nem sempre os resultados eleitorais expressam o verdadeiro sentimento de mudança. O uso e abuso do poder financeiro e midiático e das máquinas públicas muitas vezes distorcem o resultado. No Pará, como em âmbito nacional, teremos um 2º turno entre o PSDB e o PT. Coerente com nossa campanha, afirmamos: não apoiaremos nenhum dos dois candidatos e avisamos que qualquer que seja o próximo governo, o PSOL seguirá construindo em conjunto com os movimentos sociais um forte movimento de oposição de esquerda e programático, defendendo de maneira firme e decidida os trabalhadores e trabalhadoras de nosso estado e do Brasil, rumo à construção de uma sociedade livre da tirania imposta pelo capital.
O PSOL do Pará, portanto, afirma que não vinculará seu patrimônio político, duramente conquistado ao longo de muitos anos de trabalho, aos palanques de Simão Jatene e de Ana Júlia, posto que, em ambos os casos, não existem identidades programáticas e políticas que justifiquem tal aproximação.
Nesta oportunidade, o PSOL reitera seu antagonismo ao legado de 12 anos de governos do PSDB no Pará, repudiando seu conteúdo privatista, de arrocho e de desmonte dos serviços públicos e de ataques sistemáticos aos movimentos sociais da cidade e do campo. Da mesma forma, o partido faz questão de ressaltar sua firme postura oposicionista – popular e de esquerda – ao governo do PT e de seus aliados conservadores, cujo desempenho resultou na completa frustração das expectativas de mudança criadas na eleição passada.
Finalmente, o PSOL desautoriza a presença de seus filiados e militantes em qualquer das campanhas de 2º turno em nosso estado, alertando para que todos se pautem no mais estrito cumprimento da presente resolução.

Executiva Estadual do PSOL - Pará – Belém, 13 de outubro de 2010

5 comentários:

Anônimo disse...

Sou professor da rede estadual, fiquei decepcionada com a política educacional de Ana Julia, pois, a mesma nutria esperança de valorização dos servidores estaduais, infelizmente foi arrocho e decepção. Não confio mais no PT e seus representantes, no 1º turno votei nos candidatos do PSOL, no senado votei em Marinor e professor Abel do PSTU. Confesso que estava aflito por um pronunciamento oficial do PSOL, não sou filiado ao partido mais fiquei aliviado com sua postura ética e correta nem Jatene nem Ana representam os interesses dos trabalhadores.
Parabéns PSOL. Parabéns pela postura coerente.
Marcos Maranhão

Anônimo disse...

Mas e então, Paulo, o PSOL vai expulsar João Augusto, o ex-candidato a senador do partido que ontem declarou apoio a Ana Júlia?

Anônimo disse...

Os militantes do psol são ex. petistas, portanto, conhecem muito bem essa cúpula da Ds que manda no governo.

Anônimo disse...

Ao Marcos Maranhão
Professor, na condição de também educador, confesso que não morro de amores pela atual gestão, mas deve-se recordar do desastre que foi o tucanato (Rosa Cunha) a frente da SEDUC. Além do mais, a realização do concursos públicos, o pagamento dos salários ainda no mês corrente, o auxilio alimentação, o PCCR (uma luta historica da categoria) e que verdade seja dita, se não fosse vontade politica deste governo não haveria, pois não houve durante os 12 anos de PSDB no Pará, apesar da força do SINTEPP e, por fim as reformas e informatização de nossas escolas.
Precisamos avançar sim professor, mas sinceramente quais as expectativas que podemos ter com o governo Jatene??? Pois agora não tem nem PSOL, nem PSTU na disputa.

Anônimo disse...

Hei Edmilson, vcs estarão na disputa em 2012 para prefeitura e com grandes chances de está no 2º turno, lembre-se: Politica é a arte de agregar. E vc sabe muito bem disso, pois esteve a frente por 8 anos como prefeito de Belém... Como diria minha falecida vó: "Quem tem com que me pagar não me deve!"