sexta-feira, 4 de junho de 2010

População teme o passivo social dos grandes projetos

Reuniões em Ourilândia do Norte, Tucumã e Água Azul do Norte abriram, ontem, quinta-feira, a grande caravana do projeto “O Pará Que Queremos” no Sul do Estado. Serão percorridos dez municípios em quatro dias. Hoje a programação continua com encontros em Sapucaia, Rio Maria e Xinguara. A participação popular tem sido expressiva. Durante as discussões, a população demonstra duas grandes preocupações. Uma delas é com a falta de regularização fundiária e a outra, com a perspectiva de os grandes projetos minerais não conseguirem internalizar riqueza nos municípios.
O projeto “O Pará Que Queremos” é uma realização do Instituto Teotônio Vilela, sob coordenação do ex-governador Simão Jatene e do senador Fernando Flexa Ribeiro. Também participam dos debates na região sul do Pará as deputadas estaduais Tetê Santos e Suleima Pegado e o deputado federal Nilson Pinto, além de líderes políticos do PPS, como Antônio Fontelles.
Nos encontros de ontem Simão Jatene reafirmou a necessidade de se pensar em políticas diferenciadas para cada região, respeitando as potencialidades locais. “Para isso é que realizamos o Zoneamento Econômico Ecológico. Com ele é possível definir qual a destinação de cada área. Nossa meta era que o passo seguinte a ser dado seria a regularização fundiária e, inclusive, iniciamos um programa com recursos do Banco Mundial, o Pará Rural, que tinha a regularização como um dos objetivos. Infelizmente, até agora, não se avançou muito nesse sentido”, afirmou Jatene.
Para o senador Flexa Ribeiro, tão importante quanto a atração de novos projetos minerais é fazer com que a população do sul do Pará seja beneficiada diretamente pelos empreendimentos. “E não pode ser beneficiada apenas com milhares de empregos gerados na fase da construção civil porque esses empregos acabam rápido e o povo volta a ser miserável. É preciso que a população local também seja empregada na fase de operação e, para isso, é preciso que o Estado ofereça qualificação”, acrescentou Flexa.
“Nós precisamos de escolas profissionalizantes. Os projetos minerais querem mão de obra qualificada e nós não temos. Não adianta ter a demanda se nós não estamos preparados para receber ela. Sem emprego, hoje nossos jovens estão nas mãos da criminalidade”, afirmou Osmar Pires, na reunião de Ourilândia, o primeiro município visitado ontem pela caravana.
No segundo município, Tucumã, a questão fundiária e a verticalização da produção agrícola dominaram os debates. O cacau é o principal produto agrícola da região. “Nós temos todas as condições para nos tornarmos um dos maiores produtores de cacau do país, mas para isso, precisamos de assistência técnica, financiamento e, principalmente, regularização fundiária para termos segurança jurídica das nossas terras”, disse Wellington Beckel.
Em Água Azul, o último ponto de parada da caravana no dia de ontem, o vice-presidente da Associação Comercial do município, Amarildo da Mota disse fez questão de destacar que o crescimento econômico do sul do Pará depende, também, da inclusão tecnológica. “Nossa internet é de péssima qualidade e nossa telefonia fixa também não fica atrás. Nós precisamos dessa inclusão porque, sem ela, é impossível o comércio local crescer. Não dá mais para viver isolado”, disse.
A caravana continua amanhã em Pau D’Arco e Redenção e no domingo em Abel Figueiredo e Bom Jesus do Tocantins.

Fonte: texto e foto da Assessoria de Imprensa

3 comentários:

Anônimo disse...

O Para que tiveram e não fizeram... Mas é assim mesmo...

sílvia disse...

Bateu uma saudade dessa equipe. Queria estar aí nesse ninho. Dá-lhe Romerito!!! Te espero segunda-feira lá no birô do Bezerra. Novas sugestões pra passar pra ti. Bom trabalho.
Bjs.

Anônimo disse...

Volta, Jatene!!! Volta logo!!!