sexta-feira, 18 de junho de 2010

Lideranças ruralistas repudiam a “Carne Legal”

Mais de 100 lideranças ruralistas do Pará aprovaram moção em que repudiam a campanha “Carne Legal”, lançada pelo Ministério Público Federal para incentivar o consumo de produtos animais provenientes apenas de áreas que estejam plenamente regularizadas.
“Essa campanha, financiada com recursos públicos, de um lado, generaliza situações negativas pontuais e, de outro, vincula a imagem do produtor rural, colocando-o perante a opinião pública como devastador, escravagista e praticante de atividades ilícitas, que fazem lavagem de dinheiro”, diz a moção.
Leia, a seguir, a íntegra do texto:

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MOÇÃO Nº 001/2010

As lideranças dos produtores rurais, representativas dos 126 Sindicatos Rurais do Estado do Pará, reunidas em Assembléia Geral por ocasião da realização do 33º Encontro Ruralista, promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, na cidade de Belém, resolvem manifestar, em consonância com a posição da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados e de importantes segmentos da mídia nacional, a sua profunda indignação com a campanha “Carne Legal”, do Ministério Público Federal, que vem sendo veiculada nos meios de comunicação. Essa campanha, financiada com recursos públicos, de um lado, generaliza situações negativas pontuais e, de outro, vincula a imagem do produtor rural, colocando-o perante a opinião pública como devastador, escravagista e praticante de atividades ilícitas, que fazem lavagem de dinheiro.
Se a intenção do Ministério Público Federal é combater a ilegalidade, errou o alvo e prestou um desserviço à Nação, na medida em que atinge um dos segmentos produtivos que mais tem contribuído para a produção de alimentos e geração de renda, emprego e divisas para o País.
Inquieta-nos, também, desconhecer quais as verdadeiras motivações que instigam o MPF no Pará a promover tal campanha, cujas conseqüências ainda não podem ser mensuradas em sua total dimensão, no presente.
É preciso lembrar que, há cerca de quatro décadas, o Pará importava carne, e o seu consumo era privilégio de uma reduzida parcela da população, da classe mais abastada. Hoje, o Pará possui o 4º maior rebanho do País, que representa a principal atividade econômica em 51% dos municípios paraenses, totalizando um investimento de ordem de R$59 bilhões, ocupando aproximadamente 427 mil pessoas, ou seja, 46% da população economicamente ativa do meio rural, além de abastecer significativa parcela do mercado nacional e, também, alguns nichos do mercado internacional.
Nossas atividades são, portanto, legalmente constituídas, mas, apesar de pagarmos impostos, não temos nossos direitos resguardados quando nossas propriedades são invadidas, saqueadas, depredadas, com as áreas de reserva legal destruídas e mandados de reintegração de posse não cumpridos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tadinhos, tão injustiçados! Só porque grilam terras, porque expulsão posseiros para ocupar mais e mais espaço, porque desmatam para colocar boi, porque dão um mundo de emprego para um peão por dezenas de milhares de hectares, porque vendem carne de maneira irregular, são perseguidos pelos bandidos! Como desenvolver o próprio patrimônio senão se apoderando de terras públicas, derrubando floresta, empregando mão de obra escrava? são os verdadeiros empreendedores...