terça-feira, 11 de maio de 2010

Sai Socorro Coelho. Entra seu mais ferrenho opositor.

O governo de Sua Excelência a governadora Ana Júlia é uma fonte de novidades.
De novidades em profusão.
Novidades produzidas em cascata.
Cascatas politicamente borbulhantes.
Vejam só.
A cascata borbulhante da vez é a mudança na Seduc.
Sim, ontem à noite, a crônica da mudança anunciada – mas muitas e muitas vezes desmentida - se consumou.
Saiu a secretária Socorro Coelho, bancada pela Unidade na Lula, do deputado federal Paulo Rocha, aquele que tem o apoio de todo mundo no PT para ser senador, menos o apoio, é claro, de um ou dois da DS (Democracia Socialista).
Entrou o professor Luís Cavalcante. Ele é o segundo, da esquerda para a direita, na foto que aparece acima.
O novo secretaário é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará e tem pós-graduação em informática educativa, segundo se lê na notícia sobre a mudança, que foi parar no site da Agência Pará às 21h51.
E aí?
O que há de mais em mudanças como essa?
A rigor, nada.
Mudanças na administração pública, sobretudo em cargos de confiança, são naturais.
Não é o caso, todavia, da mudança operada agora na Seduc e que estava em banho-maria desde março.
É que o novo secretário tem um blog.
É o Diário de um educador.
Visite-o logo.
Antes mesmo de terminar a leitura desta postagem, visite-o.
Visite-o antes que acabe.
Visite-o antes que seja retirado do ar, por algum diktat, por algum ato de força do Palácio dos Despachos.
Pois é.
Em seu blog, Cavalcante, que estava no governo desde 2007 e exerceu, até pouco tempo, na própria Seduc, o cargo de diretor de Tecnologia Aplicada à Educação, demonstra com fartas evidências e evidências fartas que se tornou o mais ferrenho opositor da gestão de Socorro Coelho.
E tanto é assim que escreveu até uma carta.
A carta foi remetida aos e-mails de dezenas de servidores da secretaria.
Nela, conhecemos um pouco das concepções de novo secretário sobre gestão na área educacional, um pouco de suas avaliações sobre a administração de Socorro Coelho, enfim, um pouco de expectativas.
O novo secretário afirma sobre a então secretária Socorro Coelho – da qual, àquela altura, jamais poderia imaginar que viesse a ser o substituto - coisas assim:

A atual Secretária entregou a gestão da SEDUC a terceiros que não têm experiência e nem humildade suficiente para reconhecer seus erros. Assim, se colocou para baixo do tapete os problemas da Secretaria ate quando já não se podia mais esconder. Vieram as manifestações, as denúncias de obras paralisadas, os problemas de segurança das escolas.

Hehehe.
Mas tem mais.
Como é possível que você não encontre a carta no blog do novo secretário, o Espaço Aberto a reproduz abaixo.
Na íntegra e ipsis literis.
Ou ipsis verbis, se quiserem continuar no latinório.
Da lavra do professor, agora secretário Luís Cavalcante.
Boa gestão, professor.
Boa gestão!

6 comentários:

Anônimo disse...

Eis aí o Dicionário de Sandices da mafiosa imprensa brasileira, magistralmente revelada no blog Cinema e Outras Artes:


Novo Dicionário da Imprensa Brasileira
Censura – Refere-se a toda e qualquer regulação que afete o sagrado direito da imprensa de difamar, mentir e agir como máfia.

Checagem de informação – Hábito dispendioso e supérfluo. Pode perfeitamente ser substituído pela publicação da seguinte nota: “Não foi possível confirmar a informação, tampouco desmenti-la”.

Diploma de Jornalista – Papel pintado e sem valor. Deveria ser vendido em papelarias.

Direito à informação - Direito assegurado ao público de receber as versões dos fatos tais como auferidas, editadas e formatadas pela imprensa de modo a moldá-las aos interesses desta.

Direito de Resposta – Extinto pelo venerando Gilmar Mendes após o fim da famigerada “Lei de Imprensa”, foi substituído pelo direito da mídia de continuar reiteradamente produzindo acusações, mesmo sem provas (ver verbete Presunção de Culpa).

Expert – Como a etimologia do termo sugere, jornalista que se destaca por ser especialista em sua área. Ou seja, especialista em justificar ou defender, em linguajar a um tempo acessível e pseudo-técnico (para simular conhecimentos superiores, inacessíveis aos demais mortais) políticas econômicas, administrativas e fiscais que interessem à corporação midiática para a qual trabalha.

Imparcialidade – Diz-se da capacidade de um órgão de imprensa (e, em decorrência, de seus jornalistas) de apoiar determinado candidato ou partido político sem assumir tal apoio.

Jornalista profissional – Serviçal mal remunerado, cuja função é repercutir os interesses da empresa em que trabalha. Servilismo, capacidade de bajulação, pouca bagagem cultural e ausência de espírito crítico são suas principais qualidades, ao lado da falta de caráter.

Liberdade de expressão – Diz-se do direito da imprensa de publicar o que quiser e como quiser, de acordo ou não com parâmetros éticos e deontológicos consagrados. Inclui o direito de omitir, reduzir a trecho(s) ou editar de forma manipulatória - inclusive para produzir sentido contrário ao que foi dito ou constatado - relato de atos, fatos, discursos e falas de terceiros.

Liberdade de imprensa – Segundo tese defendida publicamente pelo ministro do STF Carlos Ayres Britto, sumarizada em artigo de Eugênio Bucci, “A liberdade de imprensa deve ser entendida como um direito não limitado por outros direitos. Ela é um direito absoluto.” Estando acima da lei, a imprensa se considera, portanto, livre para publicar o que lhe der na telha, mesmo se mentiroso, difamante, criminoso ou racista. Não deve satisfações a ninguém.

Pesquisa eleitoral – Se feita por instituto correlato à empresa de comunicação, trata-se de evidência inquestionável do que acontecerá nas eleições. Se efetuado por terceiros, trata-se de uma simulação não confiável e tendenciosa, que deve ser posta sob suspeita e questionada judicialmente.

Presunção de Culpa – Inovação cívica trazida pela mídia ao anacrônico modelo jurídico do país. Ao invés de seguir o artigo 5º., inciso VLII da Constituição (“ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”), a imprensa, como Primeiro Poder que é, se dá ao direito de exigir que o acusado prove que não é culpado. Foi identificada pelo professor da UnB e crítico de mídia Venício A. de Lima.

Tendências – Quesito particularmente importante na área econômica e em pesquisas eleitorais, deve ser auferido através da consulta a fontes, porta-vozes do mercado e eleitores em potencial que tenham em comum o fato de vocalizarem as tendências que o órgão de imprensa quer ver divulgadas em prol de seu próprio interesse.

Anônimo disse...

Enquanto isso...a EDUCAÇÃO ESTADUAL PARAENSE vai desmoronando morro abaixo.
O que era ruim, os cumpanherus em suas brigas e disputas intestinas, conseguiram tornar péssimo.
A tal "herança maldita", desculpa esfarrapada sobre a dinastia tucana defenestrada, tornou-se essa porcaria que hoje vemos: disputa de poder, de cargos e boquinhas, de gordas verbas e comi$$õe$, kit$ e afins.
E pensar que a promessa de campanha era de "mudança".
Mudou.
Pra pior.

Anônimo disse...

E o governo vai acabando sem saber sequer se algum dia começou a funcionar. Como disse o presidente chileno Sebastián Piñera, "4 anos é pouco tempo para um bom governo e muito para um mau governo."

Anônimo disse...

eita, das 10:08, paresqui qui ocê é um cumpanheru doidin pra botar a "patrulha" nas ruas.
E nas oficinas, nas escolas, nas universidades, nos jornais, na tv, no rádio, cruzes.
Tá cheirando a cumpanheru-petista-bolivariano-socialista-"democrata" pero no mucho.
Quanto ranço.

Anônimo disse...

Parece que caberá à governadora o mesmo papel que coube à ex-governadora Benedita da Silva no Rio de Janeiro, ou seja, enterrar o PT com a destruição do que ainda restava de credibilidade.

Anônimo disse...

Se esse governo ainda tivesse mais um ano, talvez nem o copeiro sobraria para ser nomeado secretário de Educação.