quinta-feira, 13 de maio de 2010

MPF já tem as informações para investigar governo Ana Júlia

Vem aí uma outra investigação que terá como alvo o governo Ana Júlia.

E não é investigação da Auditoria Geral do Estado (AGE), não.

É do Ministério Público.

Ministério Público Federal.

O blog confirmou há pouco que o MPF já dispõe de todas as informações necessárias para instaurar o que se chama de procedimento administrativo, ou PA, como a sigla é conhecida internamente.

As informações que estão disponíveis no MPF são aquelas já tornadas públicas, envolvendo a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), até antes da gestão de Socorro Coelho, a secretária que saiu no início desta semana.

Notícias divulgadas por vários meios, inclusive em jornais e vários blogs de Belém, foram devidamente clipadas, foram devidamente reunidas, impressas e distribuídas para todos os procuradores.

Interessará ao MPF investigar, inicialmente, a denúncia feita pela ex-secretária Socorro Coelho, de que 88 escolas foram reformadas no governo Ana Júlia sem o devido processo licitatório.

O procedimento administrativo poderá ser conduzido por um dos quatro procuradores da República lotados em Belém que trabalham com questões relacionadas a supostas improbidades administrativas.

São eles o procurador regional da República, José Augusto Torres Potiguar, e os procuradores da República Felício Pontes, Bruno Valente ou Daniel Avelino.

Qualquer um deles poderá tomar a iniciativa de instaurar o PA.

Instaurado o procedimento – o que ainda não aconteceu, mas está para acontecer -, o MPF vai se preocupar inicialmente em saber se há verbas federais envolvidas.

Ao final do procedimento, será ajuizada a ação adequada, se houver elementos para tal; do contrário, o PA será arquivado.

Mesmo que não existam verbas federais, todavia, o MPF poderá atuar em conjunto com o Ministério Público Estadual.

Igualzinho como aconteceu na questão dos kits escolares, que desaguou no ajuizamento de uma ação por improbidade que tramita na Justiça Estadual.

Ah, sim.

E os procuradores ainda nem sabem de novas revelações – escabrosas, para dizer o mínimo – que brotaram no início da tarde desta quinta-feira na Assembleia Legislativa.

Revelações que incluem graves, fortíssimos, indícios de irregularidades na Setran, na própria Seduc e na Asipag.

Segundo se revelou, há casos, por exemplo, de contratos de R$ 45 milhões celebrados com base em concorrência revogada.

Sim, concorrência revogada no final do governo Jatene, em 2006. Com base nesta concorrência revogada, o contrato milionário foi celebrado.

Há casos de contratos retificados através de erratas.

Prazos de 2 meses passaram para 2 anos.

Valores de R$ 800 mil passaram para R$ 8 milhões.

Coisinhas bobas.

Simples.

Singelas

Coisas assim.

Desse nível.

O Ministério Público – Estadual e Federal – ainda não sabe.

Mas vai ficar sabendo tudinho.

Em detalhes.

E não demora.

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