Líderes de bancadas na Assembleia Legislativa defenderam ontem que a Assembleia Legislativa divulgue todo o conteúdo de auditorias feitas pela Auditoria Geral do Estado (AGE) no governo Ana Júlia, no período de janeiro de 2007 até maio do ano passado.
Os documentos, em várias caixas, chegaram à Assembleia Legislativa do Estado, remetidos pela auditora-geral Tereza Cordovil, pouco antes de se exonerar da AGE e retornar a seu cargo na Controladoria Geral da União.
“Acho que, doa a quem doer, o que estiver errado tem que ser apurado e investigado. E deverá ser punido quem cometeu algum crime. A Assembleia tem que dar transparência a esse debate, mas sem querer transformar isso num processo de caça às bruxas”, disse ao poster o deputado João Salame (PPS), líder do G8 na Assembleia.
Ele lembrou que os princípios adotados por sua própria legenda o motivam a agir dessa forma. “Sou de um partido que tem uma história, desde que surgiu neste País, em defesa da ética e da transparência. O PPS é um partido vigorosamente comprometido com isso. E eu, como membro da direção nacional do partido e membro de sua bancada na Assembleia, e a partir de minha própria história de vida, tenho um compromisso profundo com essas coisas”, acrescentou.
O líder do PPS, Arnaldo Jordy (na foto), adiantou ao blog que hoje mesmo formalizará um requerimento pedindo que todos os documentos remetidos pela AGE sejam encaminhados ao conhecimento dele, Jordy, na condição de membro do PPS nas comissões de Finanças e de Justiça. “Pedirei que me sejam fornecidas cópias e vou divulgar tudo, com transparência total”, prometeu o deputado.
Ele lembrou que, na quarta-feira da semana passada, deu entrada na Comissão de Justiça num requerimento subscrito por vários outros deputados, propondo que a Assembleia faça uma audiência pública, convocando os representantes de vários órgãos, para que se discuta a situação da saúde financeira, fiscal e tributária do Estado.
“Estão aí essas insinuações do Estado de que tudo o que está acontecendo é porque não está sendo autorizado esse empréstimo dos R$ 366 milhões. O governo tenta insinuar que a Assembleia está interditando o desenvolvimento do Estado por causa disso. Mas isso é mera ficção. Há seis meses, estamos pedindo ao governo que mande o detalhamento dos gastos do empréstimo. E ele não manda. Então, a única coisa que não se vai fazer é assinar um cheque em branco. Nem para este governo e para nenhum outro. Por isso, estou pedindo essa audiência pública, para a gente abrir logo essa caixa-preta e fazer o debate por inteiro. Vamos ver quanto está a arrecadação do Estado, quem perdeu recursos, por quê, quando e como. Vamos botar logo os pingos nos is”, explicou Jordy.
O deputado Joaquim Passarinho, líder do PTB, foi curto e objetivo: “É preciso divulgar tudo. Sou favorável a que se divulgue tudo”, reforçou o parlamentar.
O blog entrou em contato, várias vezes, com os líderes do PMDB, Parsifal Pontes; José Megale, do PSDB, e Regina Barata, do PT, mas não conseguiu falar com nenhum deles.
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